Imagine, prezada leitora, que todos os recursos da luta antiterrorista aos dispor do FBI fossem redireccionados para os verdadeiros terroristas, em vez de estarem focados em perseguir os eleitores de Trump?
Considere, caro leitor, que a CIA, em vez de se dedicar à tarefa de enganar a opinião pública sobre as origens da gripe chinesa (que mais apropriadamente devia ser alcunhada de “gripe americana”), sabotar infra-estruturas na Rússia, fomentar golpes de estado na Ucrânia ou interferir em processos eleitorais na Hungria, se dedicava a prevenir ataques bárbaros de grupos islamitas?
E não seria melhor que os serviços secretos britânicos, em vez de se dedicarem a rebentar com pontes na Crimeira, se concentrassem em combater as forças ameaçadoras para a civilização que prosperam no Médio Oriente?
O brutal ataque a civis israelitas perpetrado no fim de semana por terroristas do Hamas deixou as pessoas a pensar, como acontece frequentemente após as grandes tragédias da história: Como é que ninguém previu isto? Um ataque surpreendentemente sofisticado e coordenado, que causou a morte de cerca de mil pessoas e feriu ou raptou um número incontável de inocentes, tem que deixar vestígios prévios nas redes dos serviços de inteligência israelitas e ocidentais.
A hipótese para a qual o Contra mais se inclina é que pelo menos algumas das agências de segurança e informação americanas e israelitas, sabiam do que ia acontecer, e preferiram ocultar essas evidência, por razões que já enunciámos.
A segunda hipótese, tão desastrosa como a primeira, leva-nos a reconhecer a enorme incompetência destas agências, mesmo sem pôr em causa quem é moralmente responsável pelos crimes contra a humanidade, a decência e a razão perpetrados pelo Hamas. Para-militares apoiados pelo Irão atacaram civis a partir de múltiplos pontos de entrada, penetrando de paraquedas num festival de música e arrastando pelas ruas os corpos de mulheres assassinadas, tudo isto transmitido em directo pela Internet. Drones, vindos não se sabe de onde e comprados não se sabe a quem, destruíram unidades blindadas daquela que devia ser uma das forças militares mais capazes – e mais preparadas para a resposta em tempo real – do mundo. Fogo de artilharia de grande capacidade tecnológica foi disparado da faixa de Gaza para áreas urbanas de Israel. E tudo isto, surpreendeu, na versão oficial dos acontecimentos, as autoridades ocidentais.
Mesmo que a primeira hipótese, como tudo indica e a experiência dos últimos anos reforça, seja a mais credível, é evidente que, pelo menos em parte, a incapacidade operacional também fez parte do processo.
E não se tratou apenas de uma falha de informação por parte de Israel. Enquanto aliado próximo do estado judaico, com uma presença tentacular em todo o mundo, os Estados Unidos também são responsáveis por esse efeito surpresa. Um alto funcionário militar dos EUA admitiu à NBC News que “não estávamos a seguir isto”. Marc Polymeropoulos, veterano da CIA na área do contraterrorismo, disse ao mesmo canal de televisão que estava “estupefacto” com o facto de as agências de informação americanas terem sido apanhadas desprevenidas.
Os agentes dos serviços secretos são falíveis, sim. Mas em vez de identificar a ameaça dos terroristas do Hamas, a administração Biden estava ocupada a enviar dinheiro para o Irão, a empregar conspiradores iranianos no Pentágono, a abater balões meteorológicos chineses, a mudar as fraldas do Presidente, a tentar passar pelos intervalos da chuva torrencial que cai constantemente a propósito dos monumentais esquemas de corrupção da sua família; a perseguir judicialmente Donald Trump, a criar planos para bloquear a luz do sol, a forçar pronografia LGBT nas escolas e cirurgias de mudança de sexo em crianças; a impingir vacinas contra um virús que já nem existe, se é que alguma vez existiu; a alimentar, como dinheiros infindos e armamento apocalíptico, um dos estados mais corruptos do planeta e uma guerra que não pode vencer, etc., etc., etc.
Mas há outra tarefa que tem mantido o chamado aparelho de “contraterrorismo” dos Estados Unidos ocupado ultimamente. Em vez de concentrar os seus esforços nos verdadeiros terroristas – os que estão no estrangeiro e os que, sem dúvida, se infiltram na porosa fronteira com o México – o regime Biden continuou, e aumentou, a tendência de virar o estado de vigilância pós-11 de Setembro contra os americanos, difamando-os como “terroristas” pelas suas convicções políticas.
Ainda na semana passada, a Newsweek noticiou que o FBI está a catalogar os apoiantes de Trump como “terroristas domésticos”. A linha universal da actual administração americanan é que o “terrorismo doméstico” e os seus pseudónimos – todos eles utilizados como código para os cidadãos de direita – são a ameaça número 1 à segurança nacional. O esforço para fazer dos apoiantes de Trump que se manifestaram no Capitólio a 6 de Janeiro de 2021 um exemplo de máxima penalização, é apenas um dos numerosos casos em que os democratas dentro e fora das agências de inteligência estão a trabalhar para equiparar o “terrorismo doméstico” aos seus oponentes políticos.
Há dois anos atrás, o Departamento de Educação de Biden enviou, através da National School Boards Association, uma carta infame para o Procurador-Geral Merrick Garland, instando-o a visar os pais preocupados que compareceram às reuniões do conselho escolar para protestar contra as políticas Covid dos democratas e os seus currículos fortemente sexualizados e carregados de propaganda racial que vigoram nas escolas públicas. A carta classificava esses pais como ameaças de terrorismo doméstico e instava o Departamento de Justiça a aplicar as leis antiterrorismo contra eles. Garland, claro, acatou alegremente a sugestão.
Alguns meses mais tarde, o politizado Departamento de Justiça anunciou uma nova “unidade de terrorismo doméstico” para lidar com “uma elevada ameaça de extremistas de violência doméstica”, incluindo “aqueles que subscrevem ideologias extremistas anti-governamentais e anti-autoritárias”. (Quem diria que os Pais Fundadores eram terroristas domésticos?)
Levando as coisas ainda mais longe, o desgraçado ex-vice-diretor do FBI Andrew McCabe afirmou que visar as “franjas do movimento de direita” era insuficiente para “neutralizar essa ameaça” e, em vez disso, demandou pela vigilância federal de conservadores “convencionais”.
Em Junho de 2021, o regime Biden divulgou uma “Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo Doméstico”, que propunha “combater o terrorismo doméstico abordando o racismo e o fanatismo subjacentes”. O documento não se referia propriamente ao racismo que levou os militantes do Hamas a massacrar civis israelitas no fim de semana passado (ou vice-versa, porque o racismo dos judeus em relação aos palestinianos também não é um assunto conveniente em Washington). Um boletim do Sistema Nacional de Aconselhamento sobre Terrorismo, emitido no mesmo ano, juntava “teorias da conspiração sobre a perceção de fraude eleitoral” e “críticas a restrições relacionadas com o aumento de casos de COVID” na mesma frase como “ideologias extremistas violentas internas”.
Espantoso.
O aparelho de informação e segurança americano gasta o dinheiro dos contribuintes a perseguir os contribuintes. E vastos recursos em abominações inconstitucionais como indicar às grandes plataformas tecnológicas quais as publicações nas redes sociais dos americanos dissidentes que devem ser censuradas, como descobrimos através dos “Twitter Files” e no caso judicial Missouri v. Biden.
O FBI tem estado a utilizar os seus recursos para visar – e provavelmente “infiltrar-se” – em congregações católicas tradicionais e aterrorizar pacíficos activistas pró-vida como Mark Houck, um pastor que foi arrastado numa rusga surpresa em sua casa, em frente da sua família.
Não são apenas as agências de inteligência de âmbito interno que estão a ser usadas contra os americanos; a CIA fez a sua parte para ajudar o Twitter a censurar o discurso e até solicitou assinaturas para ajudar a classificar reportagens prejudiciais sobre a família Biden como desinformação, antes das eleições de 2020. (Por alguma razão, nenhum dos envolvidos está a ser acusado de “conspiração contra o direito de voto“).
De um modo geral, os americanos observam, impávidos, os representantes que elegeram, e inúmeros burocratas que não elegeram, a utilizar certas leis que foram supostamente criadas contra o terrorismo, como o Patriot Act, como armas contra as suas liberdades garantidas pela Primeira e pela Quarta Emendas (pelo menos).
Imaginem se esses recursos fossem redireccionados, deixando de visar os americanos comuns e cumpridores da lei devido às suas opiniões políticas, para se destinarem a deter os verdadeiros terroristas que procuram por todos os meios o apocalipse civilizacional. Contrariamente à pretensão de que vigiar os americanos como ameaças ambulantes à segurança nacional é um esforço securitário, o nosso mundo seria certamente muito mais seguro.
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