A CIA,os serviços de Inteligência britânicos e a imprensa corporativa orquestraram uma campanha de desinformação para “pintar Putin de preto” e assim justificar uma guerra por procuração com a Rússia, que já está perdida, segundo um agente dos serviços de inteligência dos EUA.
A alegação explosiva, publicada a 21 de Setembro pelo vencedor do Prémio Pulitzer, Seymour Hersh, resultou de uma conversa entre o repórter e um funcionário proeminente dos serviços de inteligência dos EUA, que tem acesso a informações actuais e fidedignas sobre o conflito e que afirma:
“A guerra acabou. A Rússia venceu. Não há mais ofensiva ucraniana, mas a Casa Branca e os media americanos têm que continuar com a mentira”.
De acordo com o artigo de Hersh, a guerra continua porque o Regime Biden e o Regime Zelensky não têm como recuar, dado o capital político e financeiro, que apostaram na guerra. Actualmente, não há sequer discussão em Kiev ou em Washington sobre um cessar-fogo e nenhum interesse em negociações que possam levar ao fim do conflito.
“A verdade é que se o governo ucraniano der ordens para continuar a ofensiva, o exército amotinar-se-ia. Os soldados não estão mais dispostos a morrer, mas isso não se enquadra na narrativa da Casa Branca.
De acordo com Hersh, Biden
“transformou o seu implacável apoio financeiro e moral à guerra na Ucrânia numa questão de vida ou morte para a sua reeleição”.
O relatório do corajoso repórter independente foi publicado dois dias depois de Zelensky ter visitado os EUA, onde proferiu o seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas desde o início do conflito com a Rússia, em Fevereiro de 2022.
Como noticiou o Washington Post, Zelensky “
“proferiu o seu discurso perante uma casa meio cheia, já que muitas delegações recusaram comparecer e ouvir o que ele tinha para dizer”.
A fonte de Hersh afirma que o presidente russo, Vladimir Putin, cometeu “um acto estúpido e autodestrutivo ao iniciar a guerra”, acrescentando que o ataque inicial foi mal planeado e levou a perdas desnecessárias. No entanto, a fonte teceu duras críticas aos EUA, considerando que o apoio à Ucrânia foi um erro, ao mesmo tempo que reconheceu que a Rússia foi provocada para o conflito e que foi levantada uma campanha secreta de desinformação levada a cabo contra o presidente russo pela CIA, em coordenação com os serviços secretos britânicos.
“Putin fez algo estúpido, não importa o quão provocado, ao violar a Carta da ONU e nós também, ao decidirmos de travar uma guerra por procuração com a Rússia, financiando Zelensky e os seus militares. E agora temos de pintá-lo de preto, com a ajuda dos meios de comunicação social, para justificar o nosso erro”.
No início da semana, Biden fez um discurso titubeante e, a espaços, incompreensível na Assembleia Geral da ONU, insistindo que a Rússia é a única culpada pela guerra e omitindo, como os líderes de muitas nações recusam fazer, três décadas de expansão da NATO para o leste, depois do envolvimento secreto da administração Obama no golpe de estado que derrubou um governo pró-Rússia na Ucrânia em 2014.
O professor da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs, detalhou recentemente dois factores fundamentalmente responsáveis pelo conflito:
1. A Intenção dos EUA de expandir a NATO à Ucrânia e à Geórgia, a fim de cercar a Rússia com países membros da Aliança na região do Mar Negro (Ucrânia, Roménia, Bulgária, Turquia e Geórgia, em sentido anti-horário)
2. O papel dos EUA na instalação de um regime russofóbico na Ucrânia através da mudança de regime que levou ao afastamento de Viktor Yanukovych, em Fevereiro de 2014. A guerra na Ucrânia começou com a queda de Yanukovych há nove anos, e não em Fevereiro de 2022 como os EUA, a NATO e os líderes do G7 querem que acreditemos.
Biden e a sua equipa de política externa recusam-se a discutir as raízes da guerra. Reconhecê-los prejudicaria a administração de três maneiras. Primeiro, exporia o facto de que a guerra poderia ter sido evitada, ou interrompida precocemente, poupando a Ucrânia à sua actual devastação e aos EUA mais de 100 biliões de dólares em despesas, até ao momento. Em segundo lugar, revelaria o papel pessoal do Presidente Biden na guerra como participante na queda de Yanukovych e, antes disso, como um firme apoiante do complexo militar-industrial, e acérrimo defensor do alargamento da NATO. Terceiro, empurraria o presidente americano para a mesa de negociações, minando o impulso contínuo da administração para a expansão da NATO, tanto como colocando em risco a sua recandidatura à presidência, em 2024.
Vamos assim continuar a viver na mentira. Uma mentira que sai cara. Em vidas, incontáveis, na frente de batalha. Em bens, nas infra-esturutras da Ucrânia e nas economias do Ocidente.
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