A CIA, em parceria com um serviço de espionagem de um aliado da NATO na Europa, está a conduzir operações secretas de sabotagem na Rússia, de acordo com novas alegações do perito norte-americano Jack Murphy, um veterano das Operações Especiais do Exército.
A campanha clandestina está por detrás de muitas explosões e incêndios inexplicáveis que atingiram instalações estratégicas russas nos últimos meses.
Separadamente, outros serviços secretos europeus, com destaque para os ucranianos, têm alegadamente “levado operacionais à Rússia para criar o caos sem a ajuda da CIA”.
Estas afirmações surgiram após a deflagração de um novo incêndio num centro comercial na região de Krasnodar, no sul da Rússia, o mais recente em dezenas de incidentes deste tipo.
Instalações de petróleo e gás, caminhos-de-ferro, depósitos de combustível, centrais eléctricas e centros comerciais foram atingidos em toda a Rússia por explosões misteriosas, com rumores de sabotagem. Segundo Murphy:
“A campanha envolve células adormecidas de longa data que o serviço de espionagem aliado activou para impedir a invasão da Ucrânia por Moscovo, travando uma guerra secreta atrás das linhas russas, e é responsável por muitas das explosões inexplicáveis e outros contratempos que se verificaram no complexo industrial militar russo desde a invasão total da Ucrânia, em Fevereiro”.
O veterano das forças especiais citou fontes anónimas dos EUA, incluindo três antigos agentes secretos e dois oficiais militares, e uma sexta fonte “que foi informada sobre a campanha”.
A CIA negou as acusações.
Os antigos funcionários recusaram-se a identificar alvos específicos para a campanha dirigida pela CIA, mas pontes ferroviárias, depósitos de combustível e centrais eléctricas são, neste tipo de operações, alvos preferenciais.
Apesar de nenhum funcionário norte-americano estar envolvido no terreno, Jack Murphy afirma que os ataques, desenvolvidos por um “serviço de inteligência aliado”, foram aprovados pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
“Enquanto o comando e o controlo do programa de sabotagem reside na CIA por razões legais, o aliado da NATO tem uma forte palavra a dizer nas operações, uma vez que são os seus quadros que assumem os riscos”.
Murphy disse que embora a CIA tenha negado como “categoricamente falso” o seu envolvimento, a agência tem o direito de fazer tais negações ao abrigo da lei americana, que autoriza a agência a encobrir as suas acções.
Nas últimas semanas, houve explosões massivas, incluindo uma a 19 de Novembro, num gasoduto pertencente à Gazprom Transgaz SPB, na região de Leninegrado, perto de São Petersburgo.
Na véspera de Natal, um incêndio infernal atingiu um grande armazém pertencente ao Instituto Russo de Materiais Leves em Moscovo, que está intimamente relacionado com as forças de defesa do Kremlin. O maior accionista deste instituto de investigação é a Rostec, um conglomerado de defesa estatal russo chefiado pelo colega de Vladimir Putin do seu tempo como espião do KGB, Sergey Chemezov.
É uma corporação encarregada de desenvolver, produzir e exportar alta tecnologia, inclusive para usos militares.
Num incidente separado, na sexta-feira, um incêndio que se prolongou por mais de quatro horas engoliu uma base militar em Moscovo. Este sinistro aconteceu um dia depois de um outro fogo ter deflagrado misteriosamente a bordo do único porta-aviões de Putin, enquanto o navio estava a ser reparado, por danos causados por um anterior incêndio. Os incêndios estão necessariamente a atrasar o regresso do Porta-aviões ao serviço activo.
Anteriormente, registaram-se explosões em instalações energéticas chave na região de Irkutsk e no distrito da Sibéria Oriental de Ust-Kut. Pelo menos sete pessoas sofreram ferimentos numa explosão em Angarsk três dias antes.
Separadamente, uma enorme explosão atingiu um grande gasoduto russo a cerca de 560 milhas da fronteira ucraniana. A causa não é clara, mas os vídeos mostraram uma enorme bola de fogo a arder na República da Chuvashia. O gasoduto transporta gás da Rússia via Ucrânia para a Europa, de acordo com os primeiros relatórios.
A 9 de Dezembro, uma vasta explosão e subsequente incêndio atingiram um grande centro comercial em Khimki, Moscovo, o local original da primeira loja IKEA russa.
Segundo Murphy, a campanha do aliado da NATO supervisionada pela CIA é apenas uma das várias operações secretas que estão a ser levadas a cabo pelas nações ocidentais na Rússia. Mick Mulroy, um antigo oficial paramilitar da CIA, afirmou que o valor destes ataques é “substancial” e serve múltiplos propósitos como o de criar dificuldades nas linhas de abastecimento logístico e energético, bem como na movimentação das forças militares.
Os ataques servem para semear a confusão na administração russa e criar dúvidas internas sobre a viabilidade da guerra, porque mostram que Vladimir Putin não tem controlo sobre o que está a acontecer no seu próprio país.
Jack Murphy foi formador e conselheiro de uma equipa SWAT iraquiana, com a sua equipa de forças especiais a conduzir acções directas e outras missões em todo o Norte do Iraque.
Mesmo que executadas por interposta agência de serviços secretos, estas acções de sabotagem orquestradas pela CIA podem ser consideradas como um acto de guerra pelo Kremlin.
Relacionados
15 Mai 23
Zelensky adia a contra-ofensiva ucraniana: “Vamos perder muita gente”.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez uma declaração inesperada à imprensa internacional, admitindo que a contra-ofensiva está a ser adiada, uma vez que o exército ucraniano não está preparado e precisa de mais tempo.
11 Mai 23
O ataque de drones ao Kremlin constitui mais uma razão para acabar com a guerra.
O dia 3 de Maio evocou a natureza potencialmente catastrófica do envolvimento dos EUA na Ucrânia. Em vez de negar a cumplicidade óbvia e encorajar a escalada de tensões, Biden precisa de reconhecer que um ataque à capital de uma potência nuclear é um convite à III Guerra Mundial.
9 Mai 23
Conflito civil no Sudão: a Guerra Fria, versão 2.0
É evidente que no Sudão se sacrificam vidas humanas em função de interesses que transcendem largamente o âmbito existencial, económico, social e político dos sudaneses. Esta guerra civil é um claro produto da guerra fria, versão 2.0, que testemunhamos neste início do Século XXI.
8 Mai 23
Ex-agente da CIA: decisão de atacar o Kremlin com drones foi tomada pelos Estados Unidos.
Larry Johnson afirmou que a decisão de lançar o ataque foi tomada pela administração Biden e pelo complexo militar-industrial dos EUA porque "as decisões sobre tais ataques não são tomadas em Kiev, mas em Washington".
4 Mai 23
Drone Ucraniano ataca o Kremlin. O resultado é risível.
Segundo fontes oficiais, dois drones atacaram a residência do presidente russo Vladimir Putin no Kremlin e o Palácio do Senado. O ataque não primou pela eficácia. Mas expôs a gritante e surpreendente incompetência das forças de segurança moscovitas.
21 Abr 23
Porta-voz do Kremlin: o Mar Negro nunca será o Mar da NATO.
As referências específicas à "propriedade" do Mar Negro vieram em resposta a um infeliz discurso de Liz Truss e às palavras provocatórias do Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, que exortou as potências aliadas a transformarem o Mar Negro num "mar da NATO".