Enquanto Joe Biden decide, contra a vontade expressa do eleitorado americano, esticar a corda da guerra nuclear e Trump nomeia um falcão do aparelho militar e industrial para chefe da sua diplomacia, os democratas da Pensilvânea contabilizam alegremente a favor do seu candidato votos ilegais, admitindo que são ilegais, na corrida para a Casa dos Representantes; os senadores republicanos, agora em maioria na câmara alta do Congresso, juram que vão fazer tudo o que é possível para dificultar as nomeações da administração do Presidente Eleito, a quem devem precisamente essa maioria; os funcionários dos serviços de emergência federais evitam prestar assistência às vítimas do furacão Helena que apresentem sinais exteriores de conservadorismo e a imprensa corporativa apela à resistência violenta contra os resultados eleitorais.

Mas se nos EUA as notícias teimam em manter-se sombrias, na Europa as coisas vão de mal a pior.

Na Alemanha, as pessoas são presas por chamarem idiotas aos ministros, órgãos da comunicação social dissidentes são fechados sem mandato judicial, cidadãos que injuriam violadores de crianças recebem penas maiores dos que os próprios violadores e, à medida que o crime urbano explode para níveis de terceiro mundo e o metro de Berlim passou a ser um dos pontos de convergência mais mal frequentados do planeta, a solução do partido dos Verdes para proteger as mulheres é enfiá-las em carruagens segregadas em função do género: homens para um lado, mulheres para o outro. E está o assunto arrumado.

No Reino Unido, jornalistas são visitados em casa pela gestapo de Keir Starmer, a propósito de um tweet publicado há um ano atrás, que ofendia alguém; cidadãos são condenados por crimes do pensamento e por retórica anti-sistema; há presos políticos anti-imigração a suicidarem-se em estabelecimentos correccionais infestados por gangues de muçulmanos; vítimas de assalto que são repreendidas pela polícia por usarem linguagem ofensiva e cidadãos que apanham 20 meses de cadeia por gritarem com as autoridades (e com os cães das autoridades); enquanto uma mulher é violada a cada hora que passa na cidade de Londres e o governo se prepara para roubar a terra aos pequenos proprietários rurais, entregando-a às sagradas mãos do estado, da banca e dos grandes conglomerados corporativos.

Em França, os burocratas do funcionalismo público declararam guerra à democracia, enquanto gangues de imigrantes que se dedicam ao saudável tráfico de estupefacientes estão a transformar a cidade de Marselha numa metrópole argelina e, talvez por isso, a Adidas escolheu a cidade para apresentar ao mundo o novo equipamento da selecção magrebina.

Em Espanha, as pessoas revoltadas com a deficiente resposta do governo de Pedro Sánchez à catástrofe natural que atingiu a Comunidade Valenciana são perigosos radicais de extrema-direita.

Na Suécia, outro país à beira da guerra civil, os imigrantes que lá foram parar com o sincero objectivo de prosperar e de viver em segurança, estão a voltar para os seus países de origem, por não encontrarem no país nórdico nem prosperidade nem paz.

Em Viena de Aústria, 70% dos alunos das escolas públicas não usam o alemão como primeira língua, enquanto os populistas, que ganharam as eleições, são institucionalmente impedidos de constituir governo.

Entretanto em Bruxelas, Ursula von der Leyen, eleita por ninguém, continua a forçar a agenda globalista, como se o AfD não fosse o segundo partido mais votado na Alemanha, como se a coligação leninista-globalista no poder em Berlim ainda fosse uma realidade política funcional, como se Marine Le Pen não fosse a candidata mais votada na primeira ronda das presidenciais em França, como se Meloni não tivesse sido eleita através de uma plataforma populista, como se Sánchez não tivesse que se aliar a terroristas para permanecer no poder, como se Wilders não tivesse ganho as legislativas na Holanda, como se Herbert Kickl não tivesse ganho as legislativas na Áustria e como se Robert Fico e Viktor Orbán simplesmente não existissem.

Nesta altura do campeonato, qualquer europeu que acredite viver em democracia é retardado. E qualquer americano que deposite na administração Trump a fé de que a América vai voltar a ser a terra dos livres e a casa dos bravos, uma força em favor da paz no mundo e a nação detentora da chama da dignidade humana, sofre de dioptrias no cerebelo.

Paulo Hasse Paixão
Publisher . ContraCultura