No crepúsculo da sua presidência, Joe Biden acabou de cometer um dos actos presidenciais mais irresponsáveis da história dos Estados Unidos da América.
E há muitas más acções por onde escolher. Alguns exemplos:
Adams assinou as Leis dos Estrangeiros e da Sedição.
Buchanan não fez nada para travar a crise da secessão.
Hoover foi incapaz de contrariar a Grande Depressão.
Kennedy permitiu que a CIA ensaiasse uma invasão de Cuba.
Bush filho invadiu o Iraque sob falsos pretextos.
Obama infectou o governo federal com o vírus woke.
Cada um deles foi perigoso, anti-americano, ou ambos. Mas são actos que podem afinal até ficar para a história como insignificantes em comparação com o que Biden fez no domingo passado.
Ao autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance americanos dentro da Rússia, o Presidente está a arriscar a extinção da humanidade. Não em milhares de anos, como alegadamente pode fazer a “crise climática”, mas já amanhã.
Está também a desrespeitar flagrantemente a vontade do povo americano, que se manifestou a 5 de Novembro, de forma esmagadora, em favor da paz.
O Kremlin por várias vezes já afirmou que consideraria tal medida como um acto de guerra, o que pode levar a um confronto directo entre as duas potências nucleares mais poderosas do mundo. Tendo em conta o historial do presidente russo, não há dúvida de que se deve acreditar nele. E considerando o perfil maníaco de Zelensky, a probabilidade de um míssil ATACMS ou Stormshadow atingir uma cidade russa e matar centenas de civis não é de todo despiciente.
As armas que a Rússia possui, e que Putin ameaçou utilizar, são exponencialmente mais poderosas do que qualquer bomba alguma vez lançada na história. Fariam com que o que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki parecesse um projecto de ciências falhado na escola secundária.
Tendo em conta estes factos inconvenientes, a Rússia é o país com o qual os líderes americanos deveriam trabalhar mais energicamente para evitar disputas e não para provocar desnecessariamente conflitos por razões totalmente alheias aos interesses da América. Uma relação cordial entre as duas nações seria do interesse de todo o mundo, incluindo a Ucrânia, independentemente de Washington aprovar ou não os seus actuais líderes políticos.
E impediria Moscovo de se aliar a Beijing, que é precisamente o que está a acontecer.
E qual é a razão da persistente hostilidade do governo americano em relação à Rússia? Terão os seus militares atacado os Estados Unidos? Será que Putin criou uma nova doença e a espalhou pelo mundo? Não. Ele violou a fronteira de um país que a maioria dos americanos não consegue encontrar num mapa, depois da NATO ter estendido, a despropósito, a sua área de influência até às fronteiras russas. A operação militar de Moscovo pode até não ser louvável, mas, em definitivo, não vale por uma guerra nuclear.
É verdade que por trás da decisão de Joe Biden pode estar não mais que a vontade política de complicar o processo de paz que Donald Trump tem na sua agenda. Mas o risco deste jogo perverso é de tal forma alto, que nos perguntamos se a motivação é apenas essa.
Não é de qualquer forma exótica a suspeição de que outros poderes, os do estado profundo e do complexo militar e industrial norte-americano, estarão por trás desta perigosíssima iniciativa. E há de facto muita gente nos corredores do pântano globalista-leninista de Washington, e não só, que vê a guerra nuclear – e as suas consequências apocalípticas – como uma derradeira solução para impor, àqueles que sobrevivam, uma nova ordem mundial, de base totalitária.
Resta-nos rezar pela paciência de Putin, pelo juízo de Zelensky, e pelo rápido sucesso das iniciativas de paz do Presidente Eleito.
Paulo Hasse Paixão
Publisher . ContraCultura
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