O Presidente francês, Emmanuel Macron, está a lançar avisos sobre uma potencial “guerra civil” se as eleições legislativas antecipadas que convocou fizerem com que o seu partido globalista Renaissance fique atrás da coligação populista Reassemblement National (RN) e da coligação de extrema-esquerda Nouveau Front Populaire (NFP). Segundo Macron, a chamada “extrema-direita” está a apresentar soluções para a migração em massa e para o colapso da ordem social com base na “categorização das pessoas em termos de religião ou origens, e isso… leva à divisão e à guerra civil”.

O Presidente francês afirmou que também “há uma guerra civil por detrás” do programa da NFP, alegando que “categorizam as pessoas em termos da sua perspetiva religiosa ou da comunidade a que pertencem”. Segundo ele, isto pode ser “um meio de justificar o seu isolamento da comunidade nacional mais alargada e, neste caso, teríamos uma guerra civil com aqueles que não partilham os mesmos valores”.

A estratégia do medo de Macron, muito característica dos globalistas e da escola de Davos, realça o aprofundamento da polarização na política francesa que existe de facto, mas que, ironicamente, resulta precisamente das políticas neo-liberais de fronteiras abertas, apocalipse climático, ideologia de género e estratificação oligárquica da sociedade que têm sido implementadas em França. E este posicionamento elitista e egocêntrico do Presidente francês do “Eu ou o caos”, que lembra certos dogmas de Luís XIV, não ajuda nada à pacificação das tensões que se vivem actualmente em França.

À medida que as eleições antecipadas se aproximam, as sondagens projectam que o RN, liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, ficará em primeiro lugar – como aconteceu nas recentes eleições europeias, com mais do dobro dos votos do Renaissance, sendo o partido de Macron relegado para terceiro lugar pela coligação de extrema-esquerda. Porque se há alguma coisa que une os franceses é o desdém pelo seu actual Presidente.

O líder francês convocou as eleições na esperança de que o RN fosse apanhado desprevenido e não conseguisse reunir recursos e sinergias para obter uma maioria legislativa absoluta num curto espaço de tempo. A estratégia teve resultados mistos. A direita francesa implodiu entre tentativas infrutíferas de se unir contra ele. No entanto, a consolidação da extrema-esquerda na Nova Frente Popular significa que, embora o RN possa não assegurar uma maioria absoluta, o Renaissance perderá significado eleitoral, levando provavelmente à destituição do governo de Macron e dificultando a sua presidência.

Outros especulam que a estratégia do globalista passa precisamente por criar o caos no país, de forma a que encontre justificações para se perpetuar no poder, já que este será o seu último mandato, de acordo com a constituição, e Macron tem dado sinais que essa limitação terá que ser contornada. A hipótese é reforçada pelo discurso belicoso e as atitudes irresponsáveis que têm marcado o seu comportamento a propósito da guerra na Ucrânia, criando a suspeita que ao provocar um confronto directo com a Rússia, encontraria justificação para prolongar o seu reinado.

De qualquer forma, como muito bem sublinha Paul Joseph Watson no clip em baixo, não é que a violência e o desassossego social não estejam já presentes no quotidiano francês. Dos coletes amarelos aos protestos dos agricultores, das manifestações contra o prolongamento da idade da reforma aos motins da extrema-esquerda e de turbas de imigrantes descontentes com as condições de vida nos guetos que rodeiam as grandes cidades francesas, o país tem estado em constante turbulência desde que Macron subiu ao poder.