A extrema-esquerda francesa formou uma “Frente Popular” unificada para as eleições antecipadas pelo presidente Emmanuel Macron, mas a direita está completamente desagregada. Os pactos eleitorais entre o Rassemblement National de Marine Le Pen, o partido populista Reconquête, e a direita envergonhada Les Republicains estão a falhar espetacularmente em conseguir uma coligação que possa criar uma maioria absoluta de direita em França.
Macron convocou as eleições legislativas, que não afectam a presidência, depois do seu partido ter sido derrotado por Marine Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu. A convocação de uma eleição nacional repentina é uma tentativa de apanhar a direita populista desprevenida e fragmentada, procurando roubar-lhe o ímpeto. Esta intenção tem tido resultados mistos.
Por um lado, a direita francesa, como veremos de seguida, não se consegue entender de facto. Por outro, as sondagens mostram que Macron não é de todo o líder que os franceses desejam.
À direita, a divisão.
De um modo geral, a direita não conseguiu congregar forças. O presidente do Les Republicans, Éric Ciotti, tentou formar um pacto eleitoral com a outrora intocável Le Pen, mas o esforço fracassou quando os altos quadros do partido montaram um golpe contra o seu líder. O processo desenrolou-se de forma atabalhoada, com Ciotti a enfrentar a destituição de forma darmática, trancando-se literalmente dentro da sede do partido e interditando o acesso dos conspiradores.
Enquanto os seus adversários afirmam que Ciotti foi destituído do cargo de líder do partido, ele declarou que mantém a sua posição e que o processo de dissidência intra-partidária não é válido, indicando que dezenas de outros deputados republicanos tencionam concorrer ao lado de Le Pen.
Seja como for, o simples facto de uma aliança entre o Les Republicans – outrora uma força dominante do establishment francês – e Marine Le Pen – que já foi uma espécie de anátema dos poderes instituídos – estar a ser seriamente discutida, mostra o quanto mudou o quadro político em França.
Por outro lado, um potencial – e natural – entendimento entre o Rassemblement National e o Reconquête, um partido populista rival fundado por Eric Zemmour, também malogrou. As negociações foram conduzidas por Marion Maréchal, sobrinha de Le Pen, que desertou do partido liderado pela tia para o partido de Zemmour. Aparentemente, o pacto falhou porque Marine Le Pen exigiu que o líder do Reconquête fosse afastado de qualquer protagonismo político numa eventual aliança.
Maréchal, que acaba de ser eleita deputada europeia pelo Reconquête, denunciou o fracasso do acordo como um “erro triplo”, com três dos outros quatro deputados do partido a concordarem com ela. Zemmour acusou-a de “traição” e expulsou-a do partido.
À esquerda, a união.
Em contraste, os partidos de extrema-esquerda franceses têm-se organizado melhor, unindo-se sob a bandeira comum da “Frente Popular”, sob o comando de Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar atrás de Macron e Le Pen nas últimas eleições presidenciais francesas.
A desunião da direita pode beneficiar Macron, deixando Le Pen sem uma maioria absoluta na legislatura francesa, mesmo que, como projectado, o seu partido fique em primeiro lugar. No entanto, a unidade da extrema-esquerda parece destinada a causar uma dor de cabeça significativa ao líder globalista, com a Frente Popular de Mélenchon projectada para despromover o Renaissance à categoria de terceiro partido mais votado.
A sobrevivência de Macron.
Macron, cujo segundo mandato deverá decorrer até 2027, afirmou que não se demitirá, independentemente dos resultados. Manterá um amplo controlo sobre a defesa e a política externa francesas, mesmo que a legislatura seja controlada por populistas ou pela extrema-esquerda, mas a implementação da sua agenda interna tornar-se-á muito mais difícil.
A primeira volta das eleições antecipadas realizar-se-á a 30 de Junho e a segunda a 7 de Julho, coincidindo com as eleições antecipadas no Reino Unido.
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