Os principais governos da Europa Ocidental estão em pânico depois de o Presidente Donald J. Trump ter afirmado que os Estados Unidos vão “apoderar-se da Faixa de Gaza”, com a deslocação dos residentes palestinianos – possivelmente para nunca mais voltarem – enquanto a área é limpa de engenhos explosivos não detonados e reconstruída.
Na terça-feira, numa conferência de imprensa em que se apresentou ao lado de Benjamin Netanyahu, mas cujo anúncio parece ter chocado também o o primeiro-ministro israelita, Trump afirmou:
“Os EUA vão apoderar-se da Faixa de Gaza e também vamos fazer um bom trabalho com ela. Seremos os proprietários e responsáveis pelo desmantelamento de todas as bombas perigosas não detonadas e de outras armas existentes no local, pelo nivelamento do local e pela eliminação dos edifícios destruídos, pelo nivelamento e pela criação de um desenvolvimento económico que proporcionará um número ilimitado de empregos e de habitações para a população da zona, um verdadeiro projecto, algo diferente. Não podemos voltar atrás. Se voltarmos atrás, vai acabar da mesma forma que tem sido durante 100 anos”.
“The U.S. will take over the Gaza Strip, and we will do a job with it, too.” –President Donald J. Trump pic.twitter.com/aCqLl9Gwwn
— President Donald J. Trump (@POTUS) February 5, 2025
O plano de trump parece nitidamente que foi criado pelo seu genro Jared Kushner e pelos seus amigos bilionários do sector imobiliário e fica por saber como é que um programa assim pode ser implementado num território tão complicado como a Faixa de Gaza, que continua a ter um governo, uma força militar e densa ocupação populacional.
A reacção internacional a estas palavras não se fez esperar. Em nome do “Grupo dos Sete, da União Europeia e das Nações Unidas”, a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, afirmou:
“A população civil de Gaza não deve ser expulsa e Gaza não deve ser permanentemente ocupada ou repovoada. Expulsar a população civil palestiniana de Gaza não só seria inaceitável e contrário ao direito internacional como conduziria a mais sofrimento e mais ódio”.
O governo francês disse a este propósito que se opõe a “qualquer deslocação forçada da população palestiniana de Gaza” e o governo britânico afirmou que os palestinianos devem “viver e prosperar na sua terra natal em Gaza, na Cisjordânia”.
Trump sugeriu que os habitantes de Gaza se mudassem para os países vizinhos como o Egipto e Jordânia, perguntando:
“Porque quereriam eles regressar? Este lugar tem sido um inferno; tem sido um dos lugares mais malignos e difíceis do mundo”.
No entanto, o Egipto e a Jordânia já indicaram anteriormente e por repetidas vezes que não querem acolher quaisquer palestinianos, com funcionários egípcios a ameaçarem “enviá-los para a Europa” se acabarem no seu território.
E é isso mesmo que vai acontecer, caso Donald Trump leve a sua avante.
Mas o Presidente americano pode também estar a jogar xadrez extra-dimensional, que procura colocar Netanyahu em xeque e obrigá-lo à mesa da paz, quem sabe?
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