O ex-comissário europeu Thierry Breton sugeriu que a União Europeia poderá intervir para anular os resultados das próximas eleições gerais na Alemanha, caso o partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD) prevaleça. Breton fez os comentários durante uma entrevista publicada na quinta-feira, referindo a influência externa de Elon Musk como motivo de preocupação.

Breton destacou uma recente conversa online entre Musk e a líder do AfD, Alice Weidel, no X, como uma potencial “interferência” no processo eleitoral. O eurodeputado traçou um paralelo com uma situação ocorrida na Roménia no ano passado, envolvendo o candidato de direita Calin Georgescu, sugerindo que a UE poderia reagir de forma semelhante, se necessário.

“Se as leis forem contornadas, é imperativo tomar medidas”, disse, acrescentando que plataformas como a X, propriedade de Musk, devem aderir aos regulamentos europeus.

Musk reagiu energicamente às afirmações de Breton, descrevendo-as como autoritárias.

A controvérsia segue-se a tensões anteriores entre Breton e Musk sobre a regulamentação dos conteúdos. No Verão de 2024, Breton tinha avisado Musk sobre conteúdos potencialmente nocivos na sua plataforma, ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais da UE.

A questão da “interferência” no processo eleitoral dos países europeus é risível, se vista à luz dos factos. Personagens poderosas do leninismo-globalismo contemporâneo, como Geoge Soros, Bill Gates e Klaus Schwab, interferem com quantidades incomensuráveis de dinheiro e significativo tráfico de influências na direcção política e económica de inúmeros países ocidentais, sem que os poderes instituídos mostrem qualquer indignação.

E das duas uma: ou os oligarcas de Bruxelas deixam de encher a boca com a palavra democracia, e assumem-se pelo que são, uma elite tirânica, ou deixam de tentar contrariar resultados de processos eleitorais que não lhes agradam. As duas coisas é que não podem conviver, a não ser que transformemos a esfera ocidental no hospício de Alice.