A Google foi acusada de interferência eleitoral por ter omitido da ferramenta autocomplete a tentativa de assassinato do antigo presidente Donald Trump, um dos momentos mais virais da história recente. O motor de busca não preenche automaticamente o campo para incluir o Presidente Trump quando as palavras “tentativa de assassinato de” são escritas na barra de pesquisa.
O filho mais velho do 45º presidente, Donald Trump Jr., acusou a Google de interferir nas eleições presidenciais de 2024 por causa do assunto, apelidando a situação de “verdadeiramente desprezível”.
Big Tech is trying to interfere in the election AGAIN to help Kamala Harris. We all know this is intentional election interference from Google. Truly despicable. https://t.co/gWDbFGaHI7
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) July 28, 2024
Na manhã de domingo, capturas de ecrã do preenchimento automático do Google, eliminando a “tentativa de assassinato de” Donald Trump das suas escolhas, apareceram em vários posts do X. Os utilizadores verificaram as mensagens de forma independente e descobriram que, quando foram digitar a tentativa de assassinato do Presidente Trump no motor de busca, não a encontraram em lado nenhum.
O senador Roger Marshall (R-KS) disse que enviou um inquérito oficial à Google para apurar as causas desta supressão.
“Aguardo com expetativa a resposta deles”, disse Marshall.
Why is @Google suppressing the search about the Trump assassination attempt? These are all screenshots from this morning. Has there been a dramatic increase in Truman biographers in the last two weeks?
I’ll be making an official inquiry into @google this week – I look forward… pic.twitter.com/GD5SOvvcdX
— Dr. Roger Marshall (@RogerMarshallMD) July 28, 2024
A Google emitiu entretanto uma declaração em que afirma que o seu sistema de preenchimento automático está calibrado para remover sugestões “associadas à violência política”. Um porta-voz da empresa afirmou que não houve “acção manual sobre estas previsões”.
There was no manual action taken. Our systems have protections against Autocomplete predictions associated with political violence, which were working as intended prior to this horrific event. We’re working on improvements to ensure our systems are more up to date. Of course,…
— Google Communications (@Google_Comms) July 28, 2024
Mas a questão permanece, porque outras tentativas de assassinato de políticos surgem na automação da busca. Estão portanto a mentir, com quantos dentes têm.
O comunicado da Google acrescenta ainda:
“Estamos a trabalhar em melhorias para garantir que os nossos sistemas estão mais actualizados. É claro que o autocomplete é apenas uma ferramenta para ajudar as pessoas a poupar tempo, e elas podem continuar a pesquisar o que quiserem. Após este acto terrível, as pessoas recorreram ao Google para encontrar informações de qualidade – nós ligámo-las a resultados úteis e continuaremos a fazê-lo.”
Também aqui, mentem: a Google conduz os utilizadores para o centros de propaganda corporativa e não para onde podem encontrar “informações de qualidade”.
Não é apenas a Google que está a censurar a tentativa de assassinato de Trump. A Meta AI também está a suprimir o assunto, conforme relatado pelo editor sénior da Human Events, Jack Posobiec.
It isn’t just Google pic.twitter.com/v78e7eHcf8
— Jack Poso 🇺🇸 (@JackPosobiec) July 28, 2024
A Google, porém, não se limita a esconder a tentativa de assassinato de Donald Trump. Tenta esconder o candidato republicano de todo:
Nada para ver, aqui. https://t.co/5BLxBANAbO
— ContraCultura (@Conta_do_Contra) July 29, 2024
Por seu lado o Facebook admitiu ter censurado indevidamente uma fotografia emblemática do antigo Presidente Donald J. Trump, momentos depois do atentado de 13 de Julho contra a sua vida. A imagem, captada por um fotógrafo da Associated Press, mostra Trump com o rosto ensanguentado e o punho erguido, com a bandeira americana hasteada atrás dele.
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