A administração Trump advertiu que se poderá retirar totalmente das negociações de paz relativas ao conflito russo-ucraniano se não forem registados progressos claros dentro de dias.

O Presidente Donald Trump e o Secretário de Estado Marco Rubio lançaram a hipótese na sexta-feira. Em declarações aos jornalistas, Trump deixou claro que a sua paciência está a esgotar-se com o interminável vai e vem entre Kiev e Moscovo.

“Se, por alguma razão, uma das duas partes tornar as coisas muito difíceis, vamos dizer que são tolos. Vocês são tolos, pessoas horríveis. E nós vamos simplesmente continuar em frente. Mas esperemos que não tenhamos de o fazer”.

Falando em Paris, onde negociações recentes entre autoridades americanas, ucranianas e europeias tentaram delinear um roteiro para a paz, o secretário Rubio alertou que, se os dois países continuarem a marcar passo, os EUA desistem de tentar a paz.

“Penso que é importante recordar a todos que a guerra na Ucrânia é uma coisa terrível, mas não é a nossa guerra. Não fomos nós que a começámos. Os Estados Unidos têm estado a ajudar a Ucrânia nos últimos três anos e queremos que termine – mas não é a nossa guerra. Queria que toda a gente percebesse isso.

A razão pela qual faço esta observação é o facto de o Presidente ter passado 87 dias, ao mais alto nível do seu governo, a envidar repetidamente esforços para pôr fim a esta guerra. Estamos agora a chegar a um ponto em que temos de decidir e determinar se isso é possível ou não, e é por isso que estamos a envolver ambas as partes.

Como sabem, o embaixador Witkoff teve não uma, não duas, mas três reuniões com Vladimir Putin para determinar a perspectiva russa sobre este assunto e compreender o que seria necessário para pôr fim a esta situação. O General Kellogg, eu próprio e outros tivemos repetidos contactos com os ucranianos.

Por isso, viemos aqui ontem para começar a falar sobre linhas gerais mais específicas do que seria necessário para acabar com a guerra (…) e estou a falar de uma questão de dias, não de semanas, para descobrir se esta é ou não uma guerra que pode ser terminada.

Se for possível, estamos preparados para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o facilitar e garantir que isso aconteça – que termine de uma forma duradoura e justa.

Se não for possível – se estivermos tão afastados que isso não vai acontecer – então penso que o Presidente chegou a um ponto em que vai provavelmente dizer: ‘Bem, estamos conversados. Faremos o que pudermos, estaremos prontos para ajudar sempre que estiverem prontos para as conversações, mas não vamos continuar com este esforço durante semanas e meses a fio.’

Temos de determinar muito rapidamente – e estou a falar de uma questão de dias – se isto é ou não exequível nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não for, então temos outras prioridades em que nos devemos concentrar”.

 

 

Na Casa Branca parece que já perceberam quão espúria e impensada foi a promessa eleitoral de Donald Trump de acabar com a guerra “numa questão de dias”. E como o ContraCultura sempre afirmou, as tentativas do Presidente americano de se mostrar relevante neste processo estavam condenadas ao fracasso já que só há um líder com poder para decidir sobre o futuro do conflito, que é Vladimir Putin. E enquanto a totalidade dos objectivos da sua operação militar não forem cumpridos, seja por via diplomática seja por via das armas, não haverá paz na Ucrânia.