A actual administração Trump tem oferecido ao seu eleitorado, em média, uma grande desilusão por semana. Eis a última:
De acordo com a informação prestada numa reunião do executivo, realizada a 10 de Abril na Casa Branca, Elon Musk moderou substancialmente os seus ambiciosos objectivos de redução de despesas no governo federal. Musk tinha prometido cortes monumentais no orçamento, apontando inicialmente para uma redução de 2 triliões de dólares. Nas revisões subsequentes, as expectativas foram reduzidas para 1 trilião de dólares, após a nomeação de Musk para dirigir o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).
No entanto, na reunião do executivo de Abril, o CEO da Tesla e da SpaceX reduziu ainda mais – e muito mais – as expectativas, citando apenas 150 biliões em economias antecipadas com o corte de desperdício e fraude para o ano fiscal de 2026, o que para todos os efeitos representa uma redução de 92% em relação aos cortes originalmente prometidos.
Ainda assim, Musk teve o desplante de anunciar o fiasco com uma cara sorridente:
“É com entusiasmo que anuncio que prevemos economias em ’26 com a redução de desperdício e fraude em 150 biliões de dólares.”
A mais recente meta de corte de orçamento de Musk reflecte os dados do site do DOGE, que actualmente equivale aos citados 150 biliões em economias – embora não seja claro se o número constitui um tecto rígido para Musk e a sua equipa. A Casa Branca de Trump mantém que o objectivo original de cortes nas despesas governamentais é de 1 trilião de dólares.
Se considerarmos que o orçamento federal americano anda na ordem dos sete triliões de dólares, estes 150 biliões são afinal e praticamente irrelevantes, reflectindo uma economia de 5% nos gastos do estado.
Se considerarmos ainda que Donald Trump quer gastar em 2026, só com o Pentágono, 1 trilião de dólares, percebemos que a despesa federal só tem tendência para aumentar, o que vai com certeza criar um aumento na já insustentável dívida soberana.
A apresentação de Musk na reunião do gabinete foi invulgarmente breve, com o Secretário da Defesa Pete Hegseth a iniciar a sessão – sugerindo a prioridade que a actual administração resolveu dar às preocupações de segurança nacional. Por seu lado, Musk insistiu que o governo federal é um “ambiente rico em alvos”, com ineficiências identificadas em todas as agências.
Apesar dos seus esforços, a plataforma DOGE tem sido confrontada com alegações de que os seus dados são imprecisos e que ou não contabilizam ou atribuem incorrectamente as poupanças. Estas alegações aumentaram o cepticismo entre os apoiantes e os críticos do DOGE relativamente à viabilidade dos ambiciosos cortes orçamentais.
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