Se, num romance distópico, o autor escolhesse Peter Brabeck-Letmathe para líder de uma organização totalitária, seria certamente criticado por facilitismo. Mas a realidade não só supera a ficção, como transcende até a ficção, e Peter Brabeck-Letmathe, que encarna na perfeição o perfil de vilão globalista, acaba de ser nomeado como director interino do World Economic Forum, depois da saída de Klaus Schwab.

 

 

Outrora o rosto da maior empresa alimentar do mundo, Peter Brabeck-Letmathe está agora a assumir um dos papéis mais influentes no universo globalista. Mas quem é este novo monstro?

Peter Brabeck-Letmathe nasceu a 13 de Novembro de 1944, em Villach, Áustria. Estudou economia na Universidade de Negócios de Viena (então Universidade do Comércio Mundial), lançando as bases para o que viria a ser uma carreira empresarial bem sucedida.

Brabeck iniciou a sua carreira na Nestlé em 1968, a comercializar gelados na Áustria. Depois desempenhou funções importantes nas filiais da empresa na América do Sul. Em 1987, chegou à sede mundial da Nestlé em Vevey, na Suíça.

Tornou-se Vice-Presidente Executivo em 1992, assumindo depois o cargo de Director Executivo em 1997. A liderança de Brabeck estendeu-se por mais de uma década, durante a qual a Nestlé se expandiu agressivamente pelos mercados globais. Foi simultaneamente Director Executivo e Presidente do Conselho de Administração até 2008 e manteve-se como Presidente do Conselho de Administração até 2017.

Sob a sua direcção, a Nestlé tornou-se uma das empresas de alimentos e bebidas processados mais rentáveis e influentes do mundo. Para além de ter massificado a introdução de produtos químicos nocivos na alimentação de milhões de pessoas, é também conhecido pelas suas opiniões controversas. Por exemplo, ficou infame a sua afirmação de que o acesso a água potável não é um direito humano, mas um bem de consumo, de natureza comercial.

 

 

O austríaco há muito que defende um controlo rigoroso da utilização pessoal da água, argumentando mesmo que as piscinas e as lavagens de automóveis não devem ser uma questão de escolha pessoal, prevendo um futuro em que um organismo global competente determine a quantidade de água que cada pessoa pode consumir.

Sob a sua direcção, a Nestlé tornou-se uma corporação absolutamente malévola, com acções infames a nível global, entre as quais destacamos:

– A Nestlé drenou aquíferos do Michigan à Califórnia, armazenou-os e voltou a vendê-los a 3000% de margem de lucro – durante períodos de seca.
– Crianças escravas trabalharam em quintas de cacau para alimentar o império de chocolate da corporação.
– A empresa exigiu milhões à Etiópia, atingida pela fome, e depois apresentou-os como um donativo.
– Peter Brabeck-Letmathe ignorou o escândalo do leite em pó para bebés que matou crianças em países pobres como “notícias antigas”.
– Florestas foram queimadas para que a Nestlé pudesse comprar óleo de palma barato.
– A empresa foi apanhada em esquemas de fixação de preços em vários países.
– Vários sindicatos em vários países foram silenciados e esmagados pelo poder da multinacional.

Mesmo depois de deixar a Nestlé, a influência global de Brabeck-Letmathe só cresceu. Ocupou lugares nos conselhos de administração de grandes empresas como a L’Oréal, o Credit Suisse e a ExxonMobil. Mais notavelmente, tem sido um vice-presidente de longa data do Conselho de Administração do World Economic Forum.

 

 

Em Abril de 2025, com Klaus Schwab a anunciar a sua saída do WEF após mais de 50 anos ao leme, Brabeck foi nomeado presidente interino. A sua estreita relação com Schwab e o seu envolvimento de longa data no Fórum fazem dele o favorito para se tornar o seu sucessor permanente.

Como aconteceu no Canadá, em que Mark Carney vai provavelmente deixar-nos com saudades de Justin Trudeau; como aconteceu no Reino Unido, em que Keir Starmer faz com que Gordon Brown pareça um tipo simpático; como está a acontecer na Alemanha, já que Merz é um globalista muito mais assanhado e perigoso do que o imbecil Scholz, é muito provável que Brabeck-Letmathe se transforme num monstro bem mais assustador do que o seu antecessor, por muito difícil que seja acreditar nessa eventualidade.