Se há momentos em que o ContraCultura pode cantar ‘vitória!’, este é um deles, porque não nos cansámos nunca, nesta publicação, de denunciar a abominação pidesca em que se transformou a polícia federal norte-americana. E isso vai mudar agora. Radicalmente.

E vai mudar porque o Senado dos Estados Unidos confirmou Kash Patel, o nomeado do Presidente Donald J. Trump para dirigir o Federal Bureau of Investigation (FBI), por 51-49 votos. A nomeação de Patel foi objecto de intensa resistência por parte dos democratas no Senado, tendo o senador Dick Durbin (D-IL) recorrido a manobras processuais para adiar a votação de confirmação, que estava inicialmente prevista para a semana passada.

Como director do FBI, Patel comprometeu-se a pôr termo à participação do FBI em campanhas partidárias de combate à criminalidade, tendo afirmado aos membros da Comissão Judiciária do Senado em janeiro:

“Não deve haver política no FBI”.

Em vez disso, Patel pretende que o FBI volte ao seu objectivo primeiro (se bem que o seu fundador, J. Edgar Hoover, tenha rapidamente tranformado a agência num motor de poder político) ou seja, investigar o crime violento e organizado e levar os criminosos à justiça. Durante o seu testemunho na Comissão Judiciária do Senado, Patel enfatizou que quer

“…deixar os bons polícias serem polícias e colocar algemas nos maus”.

Além disso, o novo director do FBI prometeu que o bureau vai renovar seu foco na transparência e eficácia operacional, com o objectivo de restaurar a confiança do público na principal agência federal de aplicação da lei. Uma das principais iniciativas que Patel tem enfatizado é a sua intenção de dispersar o pessoal e os recursos do FBI de Washington, D.C. – onde, segundo ele, quase um terço dos funcionários do departamento estão actualmente localizados – para o interior dos Estados Unidos. Os agentes distribuídos por todo o país terão a tarefa de estabelecer relações, prestar assistência e coordenar a aplicação da lei a nível estatal e local para garantir que todas as agências de aplicação da lei são apoiadas na luta contra o crime violento.

Em nome dessa intenção de transparência, Kash também garantiu revelar os ficheiros relacionados com o pedófilo Epstein e o seu cículo de bandidos e violadores de menores de colarinho azul.

Raheem Kassam, o director do The National Pulse, que tantas e tantas vezes funciona como agência noticiosa do ContraCultura, afirmou sobre Kash Patel:

“Kash é simplesmente brilhante. Quero dizer, ele é uma pessoa brilhante. Ele tem uma mente brilhante, é um homem brilhante e um trabalhador árduo, que ‘dá o corpo ao manifesto’ e entende as coisas instintivamente. É quase como um sábio.”

Há ainda que sublinhar o domínio da administração Trump sobre as duas câmara do congresso americano. De todas as nomeações de Donald Trump, apenas Matt Gaetz não foi confirmada. E sendo certo que, como o Contra sempre suspeitou, esta nomeação foi mais ‘para populista ver’ do que propriamente levada a sério pelo Presidente, todas as outras, incluindo as mais controversas com a de Tulsi Gabbard e Robert F. Kennedy Jr. acabaram por ser confirmadas pelo estabelecimento do Capitólio.

Uma coisa é certa: o FBI vai deixar de perseguir cristãos, vai deixar de perseguir conservadores, vai deixar de contribuir para o complexo industrial de censura, vai deixar de espiar os cidadãos americanos sem mandato judicial, vai deixar de funcionar como uma polícia política. E no contexto da deprimente e abominável proliferação de polícias políticas na esfera ocidental, esta é uma notícia mesmo, mesmo feliz.