Os manifestantes receiam que as medidas de austeridade do Governo alemão obriguem ao encerramento das explorações agrícolas.
Agricultores de toda a Alemanha desceram a Berlim com os seus tractores na segunda-feira, protestando contra os planos do governo de cortar os subsídios ao gasóleo e os benefícios fiscais para os veículos agrícolas. Berlim anunciou recentemente as medidas de austeridade previstas para 2024, em linha com os esforços para combater um défice orçamental de vários milhares de milhões de euros.
Agricultores indignados bloquearam a rua central perto da Porta de Brandemburgo, com cartazes onde se lia “A vossa política é uma declaração de guerra contra os agricultores” e “Basta!”. Os manifestantes temem que os cortes orçamentais previstos deixem o sector agrícola alemão com prejuízos na ordem dos mil milhões de euros no próximo ano. Segundo a polícia de Berlim, participaram no protesto cerca de 1.700 tractores e 6.600 agricultores.
A Associação dos Agricultores Alemães (DBV) e o grupo A Terra Cria Conexões ameaçaram alargar as manifestações se as medidas de austeridade forem aplicadas. O presidente da DBV, Joachim Rukwied, avisou no comício que
“a partir de 8 de Janeiro estaremos presentes em todo o lado de uma forma que o país nunca experimentou antes. Não vamos aceitar isto”.
O ministro alemão da Agricultura, Cem Ozdemir, parece discordar das intenções do seu próprio governo, declarando à emissora ARD que os agricultores não têm alternativa ao gasóleo e que
“não estou a excluir a possibilidade de termos de poupar, mas isso tem de ser feito de uma forma que leve as pessoas connosco – e são os agricultores que nos fornecem os alimentos. Estes cortes sobrecarregam o sector”.
O governo federal alemão está a ver-se forçado a tapar um buraco no seu orçamento depois de uma decisão do tribunal constitucional no início de Novembro ter declarado inconstitucional a tentativa de reaproveitamento de 60 mil milhões de euros em financiamento não utilizado da Covid-19.
O gabinete do chanceler Olaf Scholz viu-se confrontado com a opção de suspender o chamado travão da dívida (que limita o défice público a 0,35% do PIB) ou encontrar cerca de 17 mil milhões de euros em medidas de austeridade e aumentos da tributação fiscal.
Se calhar seria preferível parar de desperdiçar dinheiro na guerra da Ucrânia.
Sob o Governo de Olaf Sholz, a Alemanha entrou num processo de declínio económico, está a destruir o seu tecido industrial, enfiou-se numa crise energética a propósito das sanções aos combustíveis russos e da transição precipitada para as energias renováveis, fechou todas as suas centrais nucleares precisamente quando lidava com essa auto-provocada crise energética e está agora a considerar provocar também uma catástrofe no sector agrícola.
Como acontece um pouco por todo o Ocidente, os governantes alemães parecem trabalhar activamente contra o seus país e os cidadãos que dirigem.
Mas talvez o chanceler alemão devesse registar o que aconteceu ao governo elitista-globalista dos Países Baixos, depois de ter declarado guerra aos agricultores.
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