Há muitas maneiras de manipular e controlar a informação que chega às massas. A censura, a omissão e a mentira são hoje mais que comuns e em Washington, tanto como em Silicon Valley, não faltam peritos nessas manobras do género totalitário. Mas há uma outra forma ainda mais súbtil de impedir que as pessoas tenham acesso a informação fidedigna: a manobra de diversão algorítmica. Eis um excelente exemplo dessa corrupta actividade.
Enquanto verificava os factos de um artigo que estava a redigir, Kylee Griswold, a directora editorial do The Federalist, fez uma rápida pesquisa no Google por “Hunter Biden Joe Biden ‘an absolute wall’”.
O termo (em Português “uma parede absoluta”) foi utilizado pelo presidente Joe Biden durante a campanha para as presidenciais de 2020 para alegar uma separação entre as suas funções de vice-presidente de Obama e as negociatas do seu filho no estrangeiro. O assunto voltou à ribalta depois de, em Agosto, o Comité de Supervisão da Câmara ter solicitado à Administração Nacional de Arquivos e Registos as comunicações não editadas de três dos pseudónimos usados por Joe Biden: Robert Peters, Robin Ware e JRB Ware.
O motor da Google, no entanto, não pareceu interessado em que Griswold encontrasse muita informação sobre o assunto, pelo menos no que diz respeito a informação de certas fontes que o motor de busca considera fidedignas (o que nem quer dizer que sejam, claro).
Os resultados da pesquisa, magros, apresentavam um preâmbulo que envergonharia o Pravda soviético:
Parece que os resultados em baixo estão a mudar rapidamente.
Se este tópico for novo, às vezes pode levar algum tempo para que fontes fidedignas publiquem informação.
Confirme as fontes – São fidedignas sobre este tópico?
Volte mais tarde – Algumas fontes podem ter mais informação sobre este tópico em algumas horas ou dias.
O problema é que este não é um tópico novo; tem quatro anos. Foi em Agosto de 2019 que Biden fez a promessa do “muro absoluto”, de acordo com artigos contemporâneos de meios de comunicação aprovados pelo regime, como o Politico. Mais de “algumas horas ou dias” se passaram entretanto.
A mensagem da Google não é um convite para se saber a verdade sobre as negociatas da família Biden e como o actual Presidente dos EUA mentiu sobre o assunto. É uma tentativa de esconder isso.
Agora que a sua jura de campanha eleitoral foi exposta como totalmente absurda – basta verificar os recibos, os depoimentos de denunciantes, as mensagens de texto de Hunter Biden, as afirmações de ex-parceiros de negócios da família Biden, as evidências “altamente credíveis” de fontes do FBI, entre muitos outros indícios – os poucos jornalistas que cobrem o escândalo de forma consistente são marginalizados pelas Big Tech porque não trabalham nos títulos fraudulentos da imprensa corporativa, de que a Google e os seus concorrentes na Costa Oeste dos Estados Unidos tanto gostam.
Se o ciclo eleitoral de 2024 for parecido com o anterior, e será, este é exactamente o tipo de crime que esperamos destas empresas tecnológicas. Se o leitor costuma frequentar o ContraCultura, ou qualquer outra publicação editorial independente que não tenha por missão a transformação da realidade num subproduto ideológico, lembrar-se-á certamente de algumas das muitas maneiras pelas quais os oligarcas da tecnologia interferiram nas eleições presidenciais americanas de 2020. Mas um dos truques da Google que o Contra não noticiou foi o de enviar e-mails da campanha de Trump para as pastas de spam dos utilizadores do gmail, em número desproporcionado em relação àquilo que acontecia com os e-mails da campanha de Biden. Um acto corrupto que é mesmo característico da Gestapo de Silicon Valley.
Mas talvez a pior demonstração da filosofia medonha dos gigantes das redes sociais e do modo como trabalham para privar as suas audiências de factos que consideram inconvenientes será a forma como conspiraram com o FBI para garantir que o menor número possível de pessoas pudesse ver ou partilhar a história bombástica sobre o portátil de Hunter Biden (que o FBI sabia ser autêntico). Essa história verídica implicava o então candidato Joe Biden num esquema de corrupção.
Uma sondagem mostrou que mais de 1 em cada 6 eleitores de Biden teria alterado o seu voto se tivessem conhecimento de algumas das histórias contundentes suprimidas pelos guardiões de Silicon Valley. E Isso teria sido mais do que suficiente para eleger Trump.
Como se isto não bastasse, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, despejou centenas de milhões de dólares em sedes eleitorais de governos locais nas áreas azuis dos estados indecisos, para obter o voto democrata em 2020.
Depois, para evitar que as pessoas questionassem as eleições mais fraudulentas e irregulares da história dos EUA, os gigantes da tecnologia removeram as publicações e as contas de utilizadores conservadores nas redes sociais, incluindo até as de Donald Treump, que na altura era só o Presidente em exercício.
A guerra das Big Tech trava-se aliás num campo muito mais amplo do que aquele que diz respeito a umas eleições específicas. Como guardiões da informação, os gigantes da tecnologia controlam a opinião pública e desviam o tráfego para determinadas fontes e para longe de outras através da manipulação algorítmica. YouTube, Facebook e Twitter obliteram rotineiramente discursos que os esquerdistas não gostam, muitas vezes confiando em verificações de factos enganosas e conspirando com o governo dos EUA para o fazer.
Mas agora que nos aproximamos de outra eleição presidencial, o mesmo cenário volta a ser montado. Os democratas e os procuradores de esquerda estão a levantar intermináveis conflitos jurídicos contra Trump, de longe o favorito nas primárias do Partido Republicano, para mantê-lo novamente fora do cargo. Enquanto isso, informações mais escandalosas sobre os negócios da família Biden são trazidas à luz a cada dia por investigadores independentes, representantes do Congresso e informadores do governo federal, mas a imprensa corporativa e a Gestapo de Silicon Valley saem do seu caminho para impedir que essa informação chegue aos americanos em particular, e ao mundo em geral.
Cerca de 12 horas após a sua primeira consulta, Kylee Griswold voltou a fazer a mesma pesquisa no Google, sobre a mentira enorme de Joe Biden, para ver se alguma outra fonte que o Google considerava “fidedigna” havia conseguido publicar algo sobre o “muro absoluto” de Biden. Nada.
“Os resultados estão a mudar rapidamente”?
Vão dar banho ao cão.
Relacionados
19 Nov 24
Distopia do Reino Unido: Polícia investiga jornalista do Telegraph por causa de um tweet publicado há um ano.
Em mais um episódio distópico, a jornalista do The Telegraph Allison Pearson revelou que agentes da polícia britânica visitaram a sua casa no Domingo, intimidando-a a propósito de um tweet que tinha publicado há um ano atrás.
18 Nov 24
O suicídio da Castanha de Neve.
Não satisfeita com o cenário negro que o remake de Branca de Neve já tinha que enfrentar, Rachel Zegler selou aqui há uns dias o destino do filme com uma mensagem em que deseja que os eleitores de Trump nunca tenham paz nas suas vidas.
15 Nov 24
Audiências em queda livre: CNN vai despedir os seus melhores ‘talentos’, MSNBC está à venda a preço de saldos.
No rescaldo da eleição de Donald J. Trump, estações noticiosas onde a verdade vai para morrer como a CNN e a MSNBC estão agora a atravessar um momento de agonia, com audiências de canais de televendas. Deus é grande e tem insónias.
12 Nov 24
Robert Fico: Jornalistas são “bastardos sedentos de sangue.”
O primeiro-ministro eslovaco parece ser um dos poucos políticos na Europa que trata os comissários da imprensa corporativa com a gentileza que eles merecem. Até porque lhes atribui uma boa parte da responsabilidade pelo tiro que lhe perfurou o estômago, em Maio passado.
12 Nov 24
The Guardian oferece apoio psicológico aos funcionários após o triunfo eleitoral “muito perturbador” de Trump.
Após a vitória eleitoral de Trump, o The Guardian está a oferecer serviços de apoio psicológico aos seus comissários. Mas Trump dificilmente será responsável pelas patologias que infestam a redacção do pasquim britânico, diagnosticáveis muito antes de ele ter chegado à política.
11 Nov 24
“Resistência”: Imprensa corporativa e extrema-esquerda reagem à vitória de Trump com apelos à violência.
A extrema-esquerda americana, o establishment de Washington e os seus servos da imprensa corporativa estão a preparar-se para contrariar o resultados das urnas, e não excluem de todo a 'resistência' violenta.