Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter e CEO da empresa até há poucos meses atrás, mentiu. Com quantos dentes tem. Há anos que o Twitter tem vindo a banir as contas conservadoras proeminentes sem o conhecimento dos utilizadores.

Um novo lote de registos de comunicação interna do Twitter, os já célebres “Twitter Files”, divulgado na quinta-feira, dá prova de como a Gestapo de Silicon Valley censura, manipula e condiciona a informação que circula nos seus domínios. Este segundo lote, desta vez articulado por Barry Weiss, ex-editora do New York Times e uma liberal em todos os sentidos da palavra, demonstra inequivocamente que as vozes conservadoras, ou meramente dissidentes da narrativa, eram constantemente obliteradas pela rapaziada do lápis azul que infestava a rede social do passarinho azul.

Os novos “ficheiros Twitter” revelam que a empresa criou listas negras concebidas para limitar a visibilidade de certas contas ou tweets e impossibilitar assim que pudessem atingir audiências significativas e entrar nas categorias de trending (mais lidos).

Entre as contas mais visadas pela plataforma estavam figuras conservadoras proeminentes como Sean Davis, Dan Bongino e Charlie Kirk, com o perfil do primeiro a ser colocado numa Procurar Blacklist e o segundo a ser condicionado por um comando de Do Not Amplify. Os profissionais médicos dissidentes da narrativa oficial também foram censurados, com o Twitter a colocar a conta de Jay Bhattacharya da Universidade de Stanford, um dos autores da “Declaração de Great Barrington“, numa Trends Blacklist, limitando assim o o alcance dos seus posts.

 

 

Vulgarmente conhecido como shadowbanning, o conceito de limitar secretamente o alcance das contas e posts dos utilizadores foi referido pelos executivos do Twitter como filtragem da visibilidade. Segundo um alto funcionário doa empresa que falou com Weiss, a filtragem da visibilidade é

“uma forma da empresa suprimir o que as pessoas vêem a diferentes níveis. Nós controlamos bastante a visibilidade. E controlamos bastante a amplificação do seu conteúdo. E as pessoas normais não sabem o quanto nós fazemos isso.”

As revelações de quinta-feira à noite provam que, das duas uma: ou o antigo CEO do Twitter, Jack Dorsey, é um mentiroso compulsivo, ou não fazia a mínima ideia do que estava a acontecer na empresa de que era máximo responsável. Nem será preciso dizer que as duas opções traçam um retrato muito desfavorável de Dorsey.

Quando questionado por Dave Rubin, em Outubro de 2020, se o Twitter desenvolvia prácticas de censura com base em convicções políticas, o infeliz (ou corrupto) CEO respondeu com um lacónico: “Não”

 

 

A empresa também publicou um post num blogue em Julho de 2018, no qual afirmou que

“O Twitter não se baseia em pontos de vista políticos ou ideologia e os utilizadores são sempre capazes de ver os tweets das contas que seguem.”

Enquanto o grupo conhecido como Strategic Response Team – Global Escalation Team tomava decisões diárias sobre o alcance mediático de certos utilizadores, foi uma cabala secreta de executivos de alto nível, a Site Integrity Policy – Policy Escalation Support (SIP-PES) que tomou “as decisões politicamente mais sensíveis” no âmbito da censura e da suspensão de contas. De acordo com Weiss, o SIP-PES era composto pelos antigos CEOs Dorsey e Parag Agrawal; a antiga chefe da área jurídica, política e de confiança Vijaya Gadde; e o chefe global de confiança e segurança Yoel Roth, entre outros.

Incluído na lista de contas visadas pelo grupo estava “Libs of TikTok”, um perfil dedicado ao reposicionamento de vídeos TikTok de ensandecidos activistas e educadores de esquerda. Para além de ter sido colocada numa Trends Blacklist, a conta foi agregada a uma advertência operacional “Não Tomar Medidas sobre o Utilizador Sem Consultar o SIP-PES”.

Sobre este assunto, escreve Weiss:

“O Twitter informou repetidamente [o proprietário da conta] que tinha sido suspensa por violar a política do Twitter contra ‘conduta odiosa. Mas num memorando interno do SIP-PES de Outubro de 2022, após a sua sétima suspensão, a comissão reconheceu que ‘o LTT não se envolveu directamente em comportamentos violadores da política de Conduta Odiosa e justificou as suas suspensões a nível interno, alegando que as suas mensagens encorajavam o assédio online a ‘hospitais e provedores médicos’, insinuando ‘que os cuidados de saúde com base no género são equivalentes ao abuso ou aliciamento de crianças'”.

 

 

No entanto e para exemplo vergonhoso da hipocrisia reinante nos quadros do Twitter, quando a proprietária da conta Libs of TikTok foi identificada online e teve uma foto da sua casa, com indicação do endereço, publicada na plataforma, o Twitter Support recusou-se a remover esse post, alegando que não violava as regras do Twitter.

As revelações bombásticas surgem dias depois de um primeiro lote de documentos, divulgados pelo jornalista Matt Taibbi, ter confirmado que a empresa suprimiu a história do portátil de Hunter Biden, publicada pelo New York Post antes das eleições presidenciais de 2020, interferindo assim no curso normal da campanha.

A actualidade nos Estados Unidos, mesmo que contra a vontade dos meios de comunicação social mainstream e os barões de Silicon Valley, está a ser marcada pelos “Twitter Files”. E Tucker Carlson, como sempre, não tem perdido a oportunidade para sublinhar a corrupção total dos censores de rede social.