Larry Johnson, antigo agente dos serviços secretos da CIA, afirmou que a decisão de lançar um ataque com drones contra o Kremlin foi tomada pelos Estados Unidos.

O ataque de quarta-feira passada, que provavelmente visava o Presidente russo Vladimir Putin, foi travado por sistemas de guerra electrónica que desactivaram os drones antes que pudessem atingir o seu alvo, embora pelo menos um deles tenha atingido uma das cúpulas do complexo de edifícios do Kremlin.

De acordo com Johnson, o ataque deve ter sido liderado pela administração Biden e pelo complexo militar-industrial dos EUA porque

“as decisões sobre tais ataques não são tomadas em Kiev, mas em Washington. E Washington deve entender claramente que todos nós sabemos disso.”

Embora o ataque, no qual a Ucrânia negou estar envolvida, não tenha conseguido atingir o seu objectivo táctico e não se tenham registado quaisquer baixas humanas ou significativa destruição material, não deixou de ser altamente “simbólico”, segundo Johnson.

“Não causou danos significativos. Mas teve um impacto psicológico. Há pessoas que discordam disto, mas a minha opinião é que o ataque vai galvanizar a Rússia, não vai criar medo, descontentamento ou divisão. Há outros que acreditam que, ao fazê-lo, a Rússia vai ser retratada como fraca e criar problemas internos. Simplesmente constato as reacções do antigo Presidente Medvedev, bem como dos membros da Duma – estão lívidos, estão indignados e apelam a uma retaliação contra a Ucrânia. Por isso, penso que, em muitos aspectos, o tiro saiu pela culatra”.

O ataque foi uma precisamente uma tentativa de provocar uma reacção exarcebada da Rússia “para que os Estados Unidos se envolvam mais profundamente neste conflito”, acrescentou.

“Ao mesmo tempo, penso que Washington nota correctamente que essa escalada está fora de controlo. E que os Estados Unidos não estão em posição militar de enfrentar a Rússia e sobreviver a esse confronto.”

O candidato presidencial democrata Robert F. Kennedy Jr. (D) bdenunciou a tentativa de ataque com drones como perigosa e irreflectida.

“Imaginem como reagiríamos se forças apoiadas pela Rússia lançassem um ataque com drones contra o Capitólio. Temos de pôr termo a estas tentativas de escalada da guerra. Depois de ter desactivado com êxito a crise dos mísseis de Cuba, o Presidente John Kennedy advertiu contra a possibilidade de voltar a forçar a Rússia a escolher entre a humilhação nacional e a guerra nuclear. Devemos seguir o seu conselho”.

As autoridades russas afirmaram, logo depois do ataque, que reservam o direito de retaliar a este ataque “em qualquer lugar e a qualquer momento que considerem necessário”.

Entretanto, a Ucrânia continua a apostar em bombardeamentos com drones, o último dos quais teve como alvo uma refinaria de petróleo na região de Krasnodar, no sul da Rússia, na manhã de sexta-feira passada. O fogo que consequentemente deflagrou foi rapidamente extinto pelas autoridades e ninguém ficou ferido.

Como o Contra já noticiou anteriormente, o envolvimento directo dos Estados Unidos na Guerra da Ucrânia torna-se a cada dias mais claro, incluindo forças especiais a operar nas frentes de batalha, acções de sabotagem na Rússia e destruição do gasoduto Nord Stream.

 

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