Como feéricos globalistas e obsessivos russo-fóbicos que são, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, estão já a preparar-se para desenvolver esforços que ponham em causa o plano de paz para a Ucrânia do presidente eleito dos EUA, Donald J. Trump.
A reunião entre os dois líderes europeus, agendada para segunda-feira em Paris, abordará uma série de tópicos, incluindo se Joe Biden pode ser convencido a permitir que a Ucrânia atinja com mísseis Storm Shadow o território russo, intensificando significativamente o conflito – e o risco de uma guerra entre a Rússia e o Ocidente – antes que Trump tenha a oportunidade de o terminar. Estas discussões coincidirão com a presença de Starmer na cerimónia do Dia do Armistício, que assinala o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918.
As discussões entre os líderes abordarão também as tensões no Médio Oriente e a ameaça de uma guerra comercial entre os EUA e a Europa. As próximas semanas representam uma janela crítica para Biden conduzir a política externa dos EUA e comprometer os primeiros meses da presidência de Trump, que toma posse a 20 de Janeiro.
Biden tem trabalhado activamente para cimentar o apoio dos EUA a Zelensky. As iniciativas da Casa Branca anunciadas na semana passada envolvem a continuação da ajuda militar à Ucrânia. A potencial mudança de política de Trump é sublinhada pelas notícias de que a sua nova administração excluirá falcões do estado profundo como Mike Pompeo e Nikki Haley.
No entanto, Zelensky saudou publicamente a eleição de Trump, afirmando:
“Aprecio o compromisso do Presidente Trump com a abordagem ‘paz através da força’ nos assuntos globais. Esperamos ansiosamente por uma era de Estados Unidos da América fortes sob a liderança decisiva do Presidente Trump”.
Estas palavras, porém, soam a falso, já que o plano de Trump, a ser bem sucedido, passará inevitavelmente por levar a Ucrânia a, pelo menos, conceder os territórios já conquistados pelos russos e a garantir que não irá aderir à NATO nos próximos 20 anos.
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