Confirmando o regresso ao século XIX que está a ser imposto aos europeus, a Suécia prepara-se para o previsível desastre energético deste Inverno, resultado das catastróficas políticas relacionadas com a guerra na Ucrânia.

Após um Verão seco e sem vento, a produção de energia “renovável” na Suécia foi escassa. As suas instalações de energia nuclear também ainda não estão prontas a abastecer o país. Como a maior parte da Europa, a Suécia já não tem acesso ao gás e ao petróleo russos, baratos e abundantes, devido às sanções ocidentais exigidas pelos Estados Unidos, pela NATO e por Bruxelas. Consequentemente, um cenário de blackout é quase certo nos próximos meses.

À medida que a inflação dispara, muitos suecos começam a perguntar-se se chegarão a 2023 sem congelar até à morte. De forma a tranquilizá-los e prevenir mortandades decorrentes das temperaturas gélidas, o governo prestou-se a oferecer estes originais conselhos:

– Isolar janelas (como se as janelas na Suécia já não fossem termicamente isoladas);
– Reunir famílias inteiras numa única sala para criar e conservar o calor (as pessoas que vivem sozinhas devem ocupar as casa dos vizinhos?);
– Construir uma cabana improvisada a partir de cobertores…

Sim, leu bem – o governo sueco está oficialmente a aconselhar os cidadãos a montar tendas de cobertores dentro de casa por forma a tentarem manter-se quentes durante o Inverno. Para além destes conselhos brilhantes, as autoridades estão também a exortar os cidadãos a ajudarem a poupar energia, através dos seguintes procedimentos:

– Lavagem de roupa e loiça à noite;
– Substituição de todas as lâmpadas eléctricas por lâmpadas LED;
– Desligar os aquecedores…

Perante este arrepiante cenário, é imperativa a pergunta: conseguirá a Suécia sobreviver ao Inverno?

Erik Ek, o director de operações estratégicas da empresa pública Svenska Kraftnät, disse que existem planos para assegurar que certas infra-estruturas se mantenham sempre activas:

“Existem planos precisos para as áreas onde os fornecimentos de energia devem ser mantidos em todas as circunstâncias, por exemplo, em hospitais, onde um corte de energia teria consequências graves.”

A economia sueca, como a maior parte das economias a nível global, está em espiral recessiva, e o poder encontra-se em processo de transição dos socialistas que desgovernaram o país nos últimos 8 anos para o Partido Moderado, que o vai desgovernar nos próximos 4.

Este partido apoia a expansão da capacidade de produção de energia nuclear, prometendo um investimento de 400 milhões de coroas suecas (350 milhões de euros) no sector. No entanto, isto levará tempo, e as instalações não estarão prontas para a próxima estação de Inverno.

Um estudo recente conduzido pela Fundação Húngara de Investigação Económica concluiu que as perspectivas económicas da Suécia são desastrosas. A inflação atingiu um máximo histórico em Agosto – 9,8 por cento – o mais alto em 30 anos, sendo que os maiores aumentos foram nos custos de habitação e transporte.

Na Hungria, onde existem condições semelhantes, o governo compensou estes aumentos subsidiando os preços da energia e dos combustíveis. A Suécia, por outro lado, optou por reduzir os impostos, mas essa contrapartida não correspondeu inteiramente às expectativas da população.

As coisas parecem ainda piores para 2023, quando se espera que o país assista a um grande abrandamento na sua economia, incluindo uma muito provável estagnação da produção industrial.

A Suécia tentará comprar petróleo e gás a outros países produtores que não a Rússia, de forma a compensar o seu défice energético, mas os custos irão certamente aumentar em resultado disso. Ter de negociar novos contratos com outros fornecedores será simultaneamente desafiante e dispendioso, criando ainda mais problemas para a economia.

A Suécia poderá também acabar por ver as suas redes de telecomunicações desligadas, uma vez que a disponibilidade de energia para manter operacionais as torres de transmissão está agora em causa.

E tudo isto em nome da integridade das fronteiras da Ucrânia, país pelo qual os suecos nutrem, aparentemente, uma paixão assolapada. De tal forma que estão dispostos a enregelar – ou a construir cabanas de cobertores na sala de estar – para que Zelenski continue a receber biliões de Washington e estrelas de Hollywood.