Marine Le Pen estava na rota certa para ganhar as eleições presidenciais de 2027 em França, segundo uma sondagem publicada poucas horas antes da audiência em tribunal que a condenou a quatro anos de prisão e interditou a sua actividade política nos próximos cinco anos.

No domingo, uma nova sondagem do Ifop para o Le Journal du Dimanche mostrou Le Pen a liderar em todos os cenários da segunda volta, o que fazia dela a líder incontestável e a candidata óbvia do Rassemblement National.

A sondagem do Ifop mostra que Le Pen captaria entre 34% e 37% das intenções de voto na primeira volta, batendo todos os prováveis candidatos centristas e de esquerda.

O domínio de Le Pen não é marginal. Contra uma série de adversários políticos, ela lidera com facilidade os ex-primeiros-ministros nomeados por Macron, Édouard Philippe (20-25%) e Gabriel Attal (cerca de 20%), bem como o grande candidato de extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon (12-13%).

A candidata nacionalista parece ser muito mais favorecida pelo eleitorado em geral do que outros candidatos da direita, incluindo o líder da Reconquête, Éric Zemmour, que está a ser avaliado em cerca de 5-6%.

As projecções para a segunda volta também se mostram favoráveis a Le Pen, que contaria com as intenções de voto de Zemmour e de alguns sectores do centro-direita.

Está longe de ser claro onde é que os votos de Le Pen vão agora cair, e se outro político do Rassemblement National poderá ocupar o seu lugar ou se os políticos centristas beneficiariam significativamente.

Na semana passada, a nacionalista francesa fez uma afirmação desafiadora perante os jornalistas:

“Se o tribunal pronunciar uma sentença de inelegibilidade contra mim, isso não terá qualquer influência na nossa capacidade de defender o povo francês e de censurar o governo, se necessário, incluindo provocar novas eleições legislativas”.

A candidata de 56 anos passou décadas a construir a sua plataforma para reunir um apoio eleitoral mais alargado, tendo falhado em três ocasiões anteriores a residência no Palácio do Eliseu.

Apesar dos advogados de Le Pen terem anunciado que vão recorrer da sentença, dificilmente será possível à líder nacionalista formalizar uma candidatura política nos próximos anos.