A cimeira do World Economic Forum (WEF) realizada em Davos, na Suíça, teve este ano um foco ligeiramente diferente do habitual, com as alterações climáticas a ocuparem, por uma vez, um lugar secundário em relação à “desinformação”, à “ameaça” populista e à guerra, enquanto as pessoas se preparam para ir às urnas numa vasto número de países e os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente se agravam.
Censura.
O organizador do WEF, Klaus Schwab, listou a “desinformação” como a ameaça número um do mundo nos próximos dois anos. Falando em Davos, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pareceu concordar, alertando que a “desinformação” torna mais difícil para as elites gerir as grandes questões globais, incluindo “mudanças no nosso clima e no nosso ambiente geopolítico, mudanças na nossa demografia e na nossa tecnologia”.
Por “desinformação”, escusado será dizer, o WEF e a Comissão Europeia entendem qualquer tipo de desvio às suas narrativas, qualquer veículo de informação independente, qualquer vestígio de liberdade de expressão.
Von der Leyen sublinhou as medidas que a União Europeia tomou para mitigar este suposto problema, incluindo a Lei dos Serviços Digitais, que “define a responsabilidade das grandes plataformas da Internet sobre o conteúdo que promovem e propagam”. A lei já foi usada para iniciar uma acção judicial contra Elon Musk por não implementar políticas de censura tão agressivas como a comissão europeia deseja.
A Vice-Presidente da Comissão Europeia para Valores e Transparência, Věra Jourová, à conversa com “jornalistas” do The New York Times e do Washington Post, disse que era essencial criar “um sistema onde as pessoas entendam os factos correctamente”.
Ou seja, que as pessoas engulam a propaganda dos poderes instituídos, sem discutir.
As duas burocratas que ninguém elegeu vincularam a questão da desinformação à Rússia, com von der Leyen também argumentando que era imperativo continuar a armar e financiar a Ucrânia.
“Disinformation is a very powerful tool.”@VeraJourova (@EU_Commission) explains why disinformation is a security threat around the world. #wef24 pic.twitter.com/4ejFq2ck6h
— World Economic Forum (@wef) January 18, 2024
Inteligência Artificial.
Outro assunto que este ano ofuscou o estafado tema das alterações climáticas foi a Inteligência Artificial (IA). O presidente-executivo da IBM, Arvind Krishna, disse aos participantes de Davos que os países que adoptarem rapidamente a IA “serão beneficiados para sempre”, enquanto aqueles que hesitarem “descobrirão que talvez não tenham emprego”.
É a costumeira praxis neoliberal: ou alinhas ou conduzimos-te à destituição.
Os assuntos do costume.
No entanto, os pilares das cimeiras anteriores do WEF não estiveram totalmente ausentes. Tedros Ghebreyesus, chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas, compareceu em Davos para sublinhar a ameaça de uma futura pandemia inevitável apelidada de “Doença X”.
O antigo primeiro-ministro etíope disse que uma nova pandemia é “uma questão de quando, e não se”, instando os líderes mundiais a assinarem o totalitário tratado global pandémico que a OMS está a preparar.
Alguns temem, não sem boas razões, que o tratado, que foi comparado aos Acordos de Paris, possa minar a soberania nacional, dada a ênfase dos seus promotores na necessidade de “governação global” durante as pandemias.
Ep. 60 Is the lesson of the Covid disaster that we should give its architects more power? Bret Weinstein on the WHO’s plans for you. pic.twitter.com/ku3O5BdeoF
— Tucker Carlson (@TuckerCarlson) January 5, 2024
Apesar de temporariamente despromovidas, as alterações climáticas também surgiram constantemente nos discursos dos oradores da cimeira, com von der Leyen a enfatizar o Acordo Verde Europeu e o WEF a publicar um relatório afirmando que as alterações climáticas poderão matar 14,5 milhões de pessoas até 2050. Sem exagero.
O WEF também continuou a promover a migração em massa – que afirma ser exacerbada pelas alterações climáticas – insistindo que tem sido “um importante motor de desenvolvimento e prosperidade” durante “séculos”.
Isto enquanto o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, garantiu que aqueles que recusam a agenda globalista são uma cambada de tacanhos, argumento que certamente vai convencer os tacanhos a mudarem de atitude.
Quem não alinha com os globalistas é nhurro, segundo o Toninho, que é uma pessoa tão inteligente, mas tão inteligente, que nunca conseguiu mais na vida do que viver à custa dos nhurros. https://t.co/04zPwAjTRB
— ContraCultura (@Conta_do_Contra) January 18, 2024
Breves dissidências.
Nem todos em Davos estiveram devidamente compaginados. Em 2020, o então Presidente Donald Trump participou na cimeira do WEF para dizer às elites que “só quando os governos colocarem os seus próprios cidadãos em primeiro lugar” em questões como a imigração “é que as pessoas investirão totalmente nos seus futuros nacionais”.
Este ano, o Presidente da Argentina, Javier Milei, desempenhou um papel igualmente perturbador, alertando que “os principais líderes do mundo ocidental abandonaram o modelo de liberdade”, criticando o “colectivismo”, o socialismo e a “justiça social”.
Trump parece ter apreciado a intervenção de Milei, escrevendo no Truth Social que “Milei é MAGA (Make Argentina Great Again!)”
NEW – Argentina’s Milei in Davos: “Collectivist experiments are never the solution to the problems that afflict the citizens of the world. Rather, they are the root cause.”pic.twitter.com/DvQfqD5Z3g
— Disclose.tv (@disclosetv) January 17, 2024
Não muito mediatizada, mas extremamente saborosa, foi a participação de Kevin Roberts, o Presidente da norte-americana Heritage Foundation, que foi a Davos dizer umas quantas verdades na cara dos apparatchiks de Schwab.
Medo de Trump.
Donald Trump foi muito referido em Davos, onde o regime Biden foi representado pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Muitos líderes europeus temem o regresso do magnata de Queens à Casa Branca, e a chefe do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou até que a sua potencial reeleição em Novembro é “claramente uma ameaça” para a UE.
Alguns convidados, no entanto, instaram os participantes a terem uma visão mais ponderada de uma segunda administração Trump. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, um neoliberal manhoso e mafioso como poucos, disse que o 45º presidente se revelou “mais ou menos certo” em várias questões importantes, incluindo a NATO, a imigração, as reformas fiscais e a China.
Dimon também alertou as elites dos EUA e da UE contra a demonização do movimento MAGA, prevendo que “conversas negativas sobre o MAGA vão prejudicar a campanha de reeleição de Biden”.
Misturar a tirania com o prazer.
A política não foi o único foco da cimeira do WEF. Como o Contra documentou, os participantes na cimeira também se dedicaram a actividades lúdicas como o convívio com prostitutas de luxo, que viram as suas agendas sobrelotadas enquanto durou o festival globalista.
Mas convenhamos, percebe-se que o convívio com prostitutas seja de longe preferível a ter que assistir a conversas absolutamente delirantes como esta:
Toda a gente que não é vegetariana devia ser condenada à morte, basicamente. https://t.co/LVQgqMlfBu
— ContraCultura (@Conta_do_Contra) January 17, 2024
Nunca deixa de ser espantoso que o evento anual do WEF tenha pessoas reais sentada na plateia, a ouvir com interesse o que dizem estes retardados.
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