Aeroporto de Hostomel . Abril 2022

 

O ministro dos negócios estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, afirmou que os países membros da União Europeia esperam financiar a guerra na Ucrânia por pelo menos mais quatro anos, a um custo de 5 biliões de euros por ano.

Num vídeo publicado online, Szijjártó afirmou:

“A União Europeia pensa que haverá guerra na Ucrânia por mais quatro anos. Quantas pessoas morrerão em quatro anos? Quantos húngaros morrerão em quatro anos? E quanta devastação será criada em quatro anos que alguém depois terá que consertar?”

 

 

Os comentários levaram o homólogo eslovaco, Miroslav Wlachovský, a responder:

“Caro Péter, por favor, não diga o que as outras pessoas pensam antes de perguntar. A UE é composta por 27 países. Não me lembro de nenhum debate quando dissemos que a guerra vai continuar por 4 anos. A guerra pode parar amanhã. A UE não é o problema, a Rússia é o problema.”

Confundido o rabo com as calças, Wlachovský acrescentou, referindo-se ao ano em que houve uma revolta anti-soviética na Hungria:

“Russos, vão para casa! Haja paz! 1956”

 

 

O post de Wlachovský levou o Ministro de Estado húngaro, Tamás Menczer, a responder:

“Ou o ministro Wlachovsky tem má memória de curto prazo ou está a mentir”.

Menczer observou que na última reunião dos ministros dos negócios estrangeiros da UE, foi firmado um acordo que vai financiar e armar a Ucrânia nos próximos quatro anos, a um custo combinado de 20 biliões de euros, a que Wlachovský não se opôs:

“O ministro das Negócios Estrangeiros da Eslováquia não se opôs à proposta. Se não haverá guerra nos próximos quatro anos, para quê o financiamento e fornecimento de armas?”

Menczer concluiu com a reafirmação da posição oficial do seu governo:

“A posição húngara permanece inalterada: queremos paz e um cessar-fogo imediato”.

 

 

Para além dos incomensuráveis dinheiros que a União Europeia já queimou numa guerra que não lhe diz respeito nem pode vencer, quem sabe quanto mais recursos financeiros e militares serão enviados pelos EUA para a Ucrânia, nesse mesmo período? A única objecção à previsão de uma guerra sem fim à vista é igualmente sinistra: a Ucrânia pode ficar muito simplesmente sem mais homens para sacrificar a curto prazo, dado o ritmo a que estão a morrer nas frentes de batalha.

No entretanto, o ávido presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, comentou na semana passada que “enquanto a guerra continuar, nada será suficiente”, apesar da Ucrânia ter já recebido cerca de 165 biliões de euros (185,6 biliões de dólares) dos aliados ocidentais. No princípio de julho, durante a cimeira da NATO, o ministro da defesa britânico, Ben Wallace, reagiu à flagrande ingratidão de Zelensky:

“Não somos um serviço da Amazon de entrega de armas à Ucrânia”.