A Operação Lava Jato, conhecida por seus desdobramentos e impacto na política brasileira, está sendo alvo de uma reviravolta que parece saída diretamente de um roteiro de comédia. Os processos e penalidades estão sendo anulados, enquanto o histórico do Ministro Dias Toffoli e o cerceamento da liberdade de expressão continuam a nos entreter com suas tramas dignas de um picadeiro.
Parece que vivemos em um país onde a justiça é apenas um jogo de cartas marcadas, onde os poderosos podem escapar impunes e os malabarismos jurídicos são a moeda de troca. A anulação dos processos da Lava Jato é apenas mais um capítulo dessa novela que parece não ter fim. O que antes era uma esperança de punição aos corruptos agora se transformou em uma piada de mau gosto.
E quem é o protagonista dessa história? Nada mais, nada menos que o ilustre Ministro Dias Toffoli, conhecido por suas decisões controversas e seu histórico duvidoso. Enquanto a sociedade clama por justiça, ele parece mais interessado em proteger seus próprios interesses e os de seus aliados políticos. Seria cômico se não fosse trágico.
Mas não podemos esquecer do cerceamento constante da liberdade de expressão, um elemento fundamental para o funcionamento de uma sociedade democrática. Enquanto os poderosos se esquivam da justiça, aqueles que ousam criticar são calados, silenciados e perseguidos. É como se estivéssemos em um espetáculo de mágica, onde a verdade desaparece e a manipulação da informação se torna a regra.
Enquanto isso, os brasileiros assistem a esse espetáculo surreal com um misto de indignação e descrença. Onde estão os heróis que nos protegeriam da corrupção? Onde está a justiça que tanto almejamos? Parece que estamos presos em um looping infinito, onde os mesmos erros são repetidos e a impunidade persiste.
Diante desse cenário, é impossível não se questionar: qual é o propósito de tudo isso? Será que algum dia teremos um país onde a justiça seja realmente cega e a liberdade de expressão seja respeitada? Enquanto esperamos por respostas, continuaremos assistindo ao espetáculo do absurdo, onde a ironia e a acidez são as únicas armas que nos restam.
Em meio a tantas reviravoltas e personagens bizarros, só nos resta torcer para que a verdade prevaleça e que um dia possamos rir de tudo isso, não como uma forma de escapismo, mas como um sinal de que a justiça finalmente foi feita. Até lá, seguiremos assistindo ao circo da anulação, do histórico duvidoso e do cerceamento da liberdade de expressão, na esperança de que um dia a comédia se transforme em um verdadeiro drama de justiça.
MARCOS PAULO CANDELORO
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Marcos Paulo Candeloro é graduado em História (USP – Brasil), pós-graduado em Ciências Políticas (Columbia University – EUA) e especialista em Gestão Pública Inovativa (UFSCAR – Brasil). Aluno do professor Olavo de Carvalho desde 2011. É professor, jornalista e analista político. Escreve em português do Brasil.
As opiniões do autor não reflectem necessariamente a posição do ContraCultura.
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