Apesar de apoiar estridentemente o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, após o seu infeliz confronto com Donald Trump e J.D. Vance na Sala Oval na semana passada, a União Europeia (UE) colocou mais dinheiro na economia russa do que forneceu à Ucrânia em ajuda no ano passado.

De acordo com o Center for Research on Energy and Clean Air, o bloco desembolsou 23 biliões de dólares pelo petróleo e gás russos em 2024, ultrapassando assim por largo os 19,6 biliões de dólares de ajuda enviados à Ucrânia.

Entretanto, mercados importantes como a China, a Índia e a Turquia aumentaram a sua compra de combustível russo, contribuindo colectivamente com biliões para os cofres da Rússia. É muito provável que muito mais combustível russo tenha sido canalizado para a Europa através destes intermediários do que sugere até o número de 23 biliões de dólares.

No total, as exportações de petróleo da Rússia caíram apenas 8% desde o início da guerra na Ucrânia, apesar das sanções ocidentais e das restrições comerciais.

A dependência europeia do combustível russo é complicada pelos desafios em termos de fontes alternativas. De acordo com Jonathan Bass, da Argent LNG, o gás russo por gasoduto continua a ser economicamente viável em comparação com outras opções, especialmente tendo em conta os riscos geopolíticos e as limitações das infra-estruturas. As restrições às exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA também têm desempenhado um papel fundamental, uma vez que os países europeus hesitam em aderir totalmente ao GNL americano.

O Presidente Trump tem sublinhado repetidamente a necessidade de a Europa fazer mais para ajudar a Ucrânia, uma vez que a guerra está no seu quintal, e de fazer mais para assegurar a sua própria defesa em geral. Já no seu primeiro mandato, o líder da “America First” criticava a Alemanha por esperar que a América a protegesse da Rússia, ao mesmo tempo que enriquecia o Kremlin através de projectos como o Nord Stream, e por ser sistematicamente “delinquente” no cumprimento das suas obrigações de despesa com a NATO.

Ficamos assim a saber que a Europa, apesar do histerismo hipócrita, contribui mais para o esforço de guerra russo do que para o esforço de guerra ucraniano.

É espantoso.