Um relatório recente do Comité Judicial da Câmara dos Representantes revelou que quase um milhão de imigrantes ilegais podem permanecer nos Estados Unidos indefinidamente, com os seus casos arquivados ou encerrados devido a medidas administrativas do Departamento de Segurança Interna (DHS) e do Departamento de Justiça (DOJ). Divulgado na quinta-feira, o relatório indica que as acções administrativas durante o governo Biden-Harris resultaram no encerramento de muitos casos sem processo de deportação.
O relatório, baseado em informações fornecidas à comissão, indica que mais de 700.000 casos foram arquivados ou encerrados no tribunal de imigração durante a actual administração. O Gabinete Executivo do DOJ para a Revisão da Imigração informou que mais de 109.000 processos foram concluídos no ano fiscal de 2023 sem uma decisão sobre o seu mérito. Além disso, o DHS não apresentou a documentação necessária para cerca de 200.000 casos, permitindo que muitos indivíduos permanecessem indefinidamente no país.
Em resposta ao aumento substancial de casos enfrentados por aproximadamente 700 juízes de imigração em todo o país, um memorando do DHS de 2022 instruiu os advogados do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) a priorizar o encerramento de casos não relacionados com a segurança interna. Simultaneamente, um memorando de 2021 do Procurador-Geral Merrick Garland restabeleceu o uso do ‘encerramento administrativo’, concentrando-se em casos de alta prioridade. O Comité da Câmara criticou as medidas, que vão aumentar exponencialmente o número de migrantes que vivem nos EUA sem estatuto legal definido.
Como a substituição demográfica funciona em favor da substituição eleitoral (sem ser necessário sequer que os imigrantes ilegais votem).
A actual administração já deixou entrar nos EUA, pelo menos, 10 milhões de ilegais. Mas dado que estes números resultam de encontros registados com pessoas que atravessaram a fronteira, há quem fale em 50 milhões, porque, como é óbvio, há muita gente que entra nos EUA sem que ninguém dê por ela.
Considerando que a população recenseada é de 335 milhões, e que muitos outros milhões de ilegais já tinham entrado na América anteriormente, percebe-se a dimensão do fenómeno: é possível – e plausível – que a percentagem de imigrantes ilegais a viverem nos EUA seja de 20% a 30% da população total.
Há aqui um detalhe que muitas vezes escapa ao debate sobre a imigração nos Estados Unidos e que é este: para que os democratas utilizem este processo de substituição demográfica em seu favor, não é necessário que os imigrantes ilegais votem. É apenas necessário que sejam conduzidos para os distritos eleitorais em que o Partido Democrata é cronicamente mais votado, como os grandes centros urbanos das costas leste e oeste da federação.
O aumento populacional daí resultante, permite por si só reformular os mandatos eleitorais para o Congresso, de forma a eleger mais congressistas democratas e menos congressistas republicanos. Mas também a distribuição dos votos pelo colégio eleitoral, que determina o resultado das eleições presidenciais, depende em última análise dessa relação demográfica. Quanto mais pessoas viverem nos estados azuis, mais votos poderão vir a somar no futuro, em prejuízo dos estados vermelhos, que terão uma percentagem da distribuição demográfica cada vez menor.
Entre 1788 e 2024, o colégio eleitoral já conheceu centenas de alterações ao número de votos de cada estado, na maior parte dos casos beneficiando os estados mais densamente habitados, com grandes centros urbanos, regra geral de maioria democrata.
Por isso, o recorrente método de protesto contra as políticas de fronteira aberta da esquerda, utilizado pelos governadores republicanos, que é o de despejar imigrantes ilegais nos estados azuis e nas suas grandes cidades, é contraproducente, para não dizer idiota. Na verdade, estão apenas a colaborar com o projecto de poder dos democratas.
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