Os utilizadores do TikTok foram convidados a introduzir as suas palavras-passe do iPhone para poderem ver os conteúdos desta rede social, controlada pelo Partido Comunista Chinês. A aplicação de vídeo, conhecida por ter estado envolvida na controversa vigilância de jornalistas no passado, ainda não esclareceu as razões para estas exigências.

O problema foi detectado pela primeira vez no final de Novembro. Desde então, um número crescente de utilizadores tem manifestado as suas preocupações. O problema começou na mesma altura em que a Apple lançou duas actualizações de segurança críticas para o iPhone. A actualização mais recente do iOS, lançada a 11 de Dezembro, corrigiu um erro que permitia o acesso não autorizado a dados sensíveis do utilizador.

Foram apresentadas algumas razões benignas para a exigência de palavras-passe, tais como erro técnico, a implementação de uma medida de segurança para resolver vulnerabilidades ou a activação do filtro de conteúdos “modo restrito”. No entanto, os especialistas em cibersegurança alertam para o facto de estas serem justificações pouco convincentes, tendo em conta os enormes riscos de segurança e a potencial exposição a phishing e outras fraudes.

Um motivo abertamente sinistro não é de excluir, dadas as ligações do TikTok ao Partido Comunista Chinês (PCC) e o desejo de Pequim de aceder aos dados pessoais de cidadãos de Estados rivais. O director do FBI, Christopher Wray, alertou em 2022 que o governo chinês poderia usar o TikTok para controlar a colecta de dados de milhões de utilizadores, ou controlar o algoritmo de recomendação que poderia ser usado para operações psicológicas de desinformação e manipulação da opinão pública, se assim o desejasse, ou para controlar o software em milhões de dispositivos.

O TikTok é a rede social preferida pelos jovens no Ocidente. Mas, como o ContraCultura já documentou, enquanto a ByteDance, a empresa proprietária do TikTok,  exporta agressivamente esse equivalente electrónico da heroína, coloca na China um produto muito muito menos prejudicial, que protege e educa os adolescentes do país.

Não podemos no entanto responsabilizar exclusivamente os chineses por quererem criar instrumentos de controlo das massas através do Tik tok. O próprio governo dos EUA está a negociar com o ByteDance uma maneira de usar, contra os americanos, exactamente a mesma aplicação e os mesmos métodos que o Partido Comunista da China utiliza para vigiar os seus cidadãos.