O Canadá tem um novo líder, e, por incrível que possa parecer, ele não é melhor do que o anterior.

 

O Partido Liberal do Canadá escolheu na noite de domingo o antigo conselheiro económico de Justin Trudeau, Mark Carney, como o seu próximo líder e o novo Primeiro-Ministro do Canadá. Carney, de 59 anos, obteve 86% dos votos expressos, derrotando a antiga ministra das Finanças, Chrystia Freeland, numa corrida em que votaram cerca de 152.000 membros do partido.

Carney é um leninista-globalista da linha dura, que já trabalhou como executivo da Goldman Sachs, passando dois anos em Nova York como vice-presidente de finanças corporativas durante os seus 13 anos na empresa.

Todo o seu currículo é um pesadelo corporativo: Foi governador do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, além de ser um notável investidor em ‘energias verdes’. Escusado será dizer que é um membro do “steering comittee” do grupo Bilderberg e que integrou o conselho de fundação do… World Economic Forum.

Apesar de ter tido várias oportunidades para o fazer, Carney não deu aos canadianos qualquer indicação de que vai mudar seja o que for no estilo de governação totalitário e destrutivo do tecido económico e social que Trudeau desenvolveu nos últimos dez anos. Também porque na verdade só responderá aos seus mestres globalistas, e não ao cidadão comum. Carney recusou-se a revelar as suas finanças e bens aos canadianos, levando muitos a perguntarem-se para quem trabalha.

Carney também é um declarado inimigo de Donald Trump, assim como Trudeau, apelidando-o de “rufia” e comparando-o a Voldemort, o infame vilão de Harry Potter:

“Quando penso no que está em jogo nestes comentários ridículos e insultuosos do Presidente, o que vejo é uma espécie de Voldemort”.

Devido ao seu ódio em relação a Trump, Carney também prometeu usar tarifas retaliatórias dólar por dólar nas áreas onde o povo americano será mais prejudicado. Na semana passada, afirmou:

“O Canadá não se vai curvar perante um rufia. Na guerra comercial, tal como no hóquei, vamos ganhar.”

Por seu lado, os eleitores canadianos estão a permitir que os seus sentimentos se sobreponham às verdadeiras crises que o país enfrenta. O Partido Liberal ganhou popularidade nas últimas semanas e ultrapassou os seus rivais conservadores em algumas sondagens eleitorais. Uma vitória eleitoral que era impensável há apenas um mês é agora uma possibilidade real para o partido no poder.

Se esta tendência se mantiver, os canadianos votarão para sofrer sob uma liderança falhada durante mais alguns anos, quando existe uma alternativa bem melhor, no líder conservador Pierre Poilievre.

Se não fossem canadianos, os canadianos até davam pena. Mas como são canadianos, não há que ter pena deles.

A moral desta história é que devemos ter cuidado com aquilo que desejamos, porque se a saída de Trudeau caiu para toda a gente de bem como uma boa notícia, a verdade é que, se calhar e porque este é em definitivo um mundo ao contrário, ainda vamos ter saudades dele.