A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) terá concedido “financiamento total” ao terrorista da Al Qaeda Anwar al-Awlaki para frequentar a faculdade no Colorado, segundo documentos revelados.

Al-Awlaki era um jihadista nascido nos Estados Unidos que foi morto num ataque de drone no Iémen em 2011, durante a administração Obama. Era uma figura central da Al-Qaeda, tendo tido contacto directo com o psiquiatra do Exército Nidal Hasan antes de este abrir fogo em Fort Hood, no Texas, em 2009, matando 13 pessoas, segundo informaram as autoridades americanas na altura.

No contexto das investigações do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) às agências do governo federal em busca de gastos excessivos, corrupção e fraude, o foco tem estado no financiamento da USAID.

Esta semana, as redes sociais foram invadidas por uma cópia de um documento que alegadamente mostra que a USAID também financiou as propinas de al-Awlaki na Universidade do Estado do Colorado. O documento, que os repórteres de investigação descobriram e publicaram no X durante o fim de semana, mostra que um formulário da USAID, datado de Junho de 1990, descrevia que al-Awlaki teria recebido financiamento para frequentar a universidade, alegando que era cidadão iemenita e que tinha direito a um visto de intercâmbio.

 

 

Al-Awlaki nasceu porém em Las Cruces, Novo México, em 1971, filho de pais do Iémen. Foi criado nos EUA e no Iémen, segundo noticiaram os meios de comunicação social americanos em 2011, após a sua morte.

O documento foi anteriormente divulgado pela instituição de investigação e arquivo da Universidade George Washington. O Arquivo de Segurança Nacional, que divulgou uma cópia do documento, informa:

“Este formulário, datado de 1990, confirma que Anwar al-Awlaki estava qualificado para um visto de intercâmbio e que a USAID estava a fornecer ‘financiamento total’ para os seus estudos na Universidade do Estado do Colorado. O documento indica incorrectamente o local de nascimento de Anwar como sendo Sanaa, a capital do Iémen, o que ele disse mais tarde ter sido uma falsidade deliberada, subscrita a pedido de funcionários americanos que conheciam o seu pai, para que ele se pudesse qualificar para uma bolsa de estudo reservada a cidadãos estrangeiros”.

O documento refere que al-Awlaki declarou de forma fraudulenta que tinha nascido na capital do Iémen, Sana’a, e que estava a estudar engenharia civil na universidade do Colorado. Quando lhe foi pedido que indicasse uma morada, o documento refere que al-Awlaki estava ao cuidado da “USAID/Sana’a”.

“Anwar al-Awlaki frequentou a CSU sob o nome de Anwar Alaulaqi. Alaulaqi frequentou a CSU desde a época de Verão de 1990 até à época de Verão de 1994 e licenciou-se em engenharia civil”, disse a Universidade do Estado do Colorado à Fox News Digital quando questionada sobre o financiamento da USAID e a permanência de al-Awlaki na escola.

Al-Awlaki trabalhou como clérigo muçulmano em cidades como Denver, San Diego e Falls Church, na Virgínia, antes de se mudar para o Iémen em 2004. O terrorista estava a pregar numa mesquita de San Diego em 2000 quando terá conhecido Khalid al-Mihdhar e Nawaf al-Hazmi, dois dos sequestradores do 11 de Setembro.

Anwar al-Awlaki foi detido em 2006 no Iémen por suspeita de ter ligações terroristas, tendo sido considerado pelos serviços secretos norte-americanos como simpatizante do terrorismo até cerca de 2009, segundo noticiou anteriormente a NBC News. Esteve ligado ao tiroteio em Fort Hood, no Texas, nesse ano, bem como à tentativa de ataque a um avião comercial que voava para Detroit no dia de Natal.

A administração Obama autorizou operações para capturar ou matar al-Awlaki em 2010, que foi morto por um ataque de drone realizado a 30 de setembro de 2011, no Iémen.

“A morte de Awlaki representa outro marco significativo no esforço mais amplo para derrotar a Al Qaeda e os seus afiliados”, disse a este propósito o presidente Barack Obama em 2011. “Além disso, o sucesso é um tributo à nossa comunidade de inteligência e aos esforços do Iémen e das suas forças de segurança, que trabalharam em estreita colaboração com os Estados Unidos ao longo de vários anos.”