Uma sondagem divulgada na quinta-feira, 5 de Dezembro, revelou que 59% dos franceses querem que o Presidente Emmanuel Macron se demita do cargo. Na quarta-feira passada, a populista Marine Le Pen e o seu Rassemblement National (RN) juntaram-se a partidos de extrema-esquerda para apoiar um voto de desconfiança contra o governo de Macron, liderado pelo primeiro-ministro Michel Barnier.

Apesar dos receios de que o colapso do governo minoritário possa causar uma crise política, a empresa de sondagens ODOXA sugere que 51% dos franceses apoiam a queda do governo.

O presidente Macron vai dirigir-se à nação francesa na quinta-feira à noite e poderá discutir a possibilidade de tentar nomear um novo primeiro-ministro. De acordo com a sondagem ODOXA, 59% dos franceses querem que ele nomeie alguém não filiado a nenhum partido político, como um tecnocrata.

Dos 14 nomes propostos pelas sondagens ao público francês para novo Primeiro-Ministro, nenhum obteve uma maioria de apoio.

A actual crise tem origem na convocação de Macron de eleições antecipadas, na sequência da derrota do seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu, em que o Rassemblement National de Le Pen ficou em primeiro lugar.

Nas eleições de Julho, a Nova Frente Popular (NFP), uma coligação de vários partidos de extrema-esquerda com os liberais de Macron, impediram a vitória de Le Pen. O RN constituiu, no entanto, o maior partido da Assembleia Nacional.

Após meses de atraso na nomeação de um primeiro-ministro, alegadamente devido aos Jogos Olímpicos de Verão em Paris, Barnier foi nomeado no final de Setembro para chefiar um governo minoritário.

Incapaz de agradar tanto à esquerda como à direita populista, que exigia políticas orçamentais como a indexação das pensões do Estado às taxas de inflação, Barnier tentou utilizar disposições controversas da Constituição francesa para fazer aprovar o orçamento sem votação.

Esta estratégia falhou quando a direita e a esquerda votaram a favor da queda do governo na quarta-feira.

Apesar dos resultados desta sondagem, Emmanuel Macron preferirá por certo levar a França à ruína do que abandonar o poder.