Depois de passar quatro anos a liderar uma administração que injectou a ideologia woke a filosofia neo-liberal nas forças armadas, Kamala Harris está agora a acusar Donald Trump de querer sequestrar as forças armadas dos EUA para seu próprio benefício político.

Num discurso no Observatório Naval, na quarta-feira, a vice-presidente afirmou que Trump “disse que queria generais como Adolf Hitler tinha”. Ela também afirmou, sem fundamento, que o ex-presidente “não quer um exército que seja leal à Constituição dos Estados Unidos”, mas um “que seja leal a ele”.

As afirmações infundadas parecem ter origem num artigo recentemente publicado pelo Atlantic, da autoria do traficante de desinformação Jeffrey Goldberg. Conhecido por ter lançado vários embustes contra Trump antes da eleição de 2020, o novo artigo de Goldberg cita fontes anónimas que supostamente afirmam que Trump menosprezou um membro do serviço militar falecido e que disse que “precisa do tipo de generais que Hitler tinha” durante o seu tempo como presidente.

Desde então, vários ex-funcionários da administração Trump e a irmã do soldado falecido – que disse ter votado em Trump esta semana – denunciaram publicamente que o trabalho de difamação de Goldberg é completamente falso. Mas a verdade pouco interessa a Harris, que usou alegremente a óbvia hit piece para pintar Trump como um aspirante a ditador que procura usar os militares para ganho pessoal, afirmando:

“Trump quer um exército que seja leal a ele pessoalmente, um exército que obedeça às suas ordens mesmo quando ele lhes diz para violar a lei ou abandonar o seu juramento à Constituição dos Estados Unidos”.

Tal como acontece com as suas afirmações ameaçadoras de que Trump usará o poder executivo da Casa branca para atingir os seus adversários políticos se for eleito, quando é precisamente isso que o regime Biden, de que Harris é só a número dois, a vice-presidente está a projectar a agenda autoritária do Partido Democrata no antigo presidente.

Ao longo dos últimos quatro anos, a administração Biden-Harris tem vindo a “reimaginar” as forças armadas americanas, transformando-as numa força que dá prioridade à adopção institucional da ideologia liberal-leninista.

Pouco depois de ter tomado o poder, o regime implementou uma ordem executiva que obrigava todas as agências federais – incluindo o Departamento de Defesa – a adoptar políticas discriminatórias de “diversidade, equidade e inclusão” (DEI) nas respectivas forças de trabalho. Ramos militares como a Marinha emitiram as suas próprias directivas nesse ano, exigindo que os funcionários

“desenvolvessem uma estratégia para promover a DEI em toda a organização”.

Mas, como qualquer bom planeador sabe, uma visão só é boa quanto as pessoas com que se pode contar para a executar. Para ajudar a espalhar os seus tentáculos corrosivos por todo o serviço militar, a Casa Branca de Biden-Harris nomeou numerosos radicais de esquerda para os mais altos cargos do Pentágono. Esta extensa lista inclui líderes militares que apoiaram punições para os americanos não vacinados contra a Covid, promoveram o racismo anti-branco e que se gabaram de “contratar em função da diversidade”. Ou seja, com base na cor da pele de cada um.

Sob a direcção do Secretário da Defesa Lloyd Austin, esta ideologia tóxica está a ser abertamente adoptada por todas as forças armadas. Desde que Biden assumiu o cargo, a Força Aérea utilizou o dinheiro dos contribuintes para levar aviadores interessados a eventos de “orgulho”; a Marinha empregou um drag queen para ajudar no recrutamento digital; bases militares foram apanhadas a organizar celebrações de “orgulho” e a planear a realização de espectáculos de drags nas suas instalações e o Pentágono começou a oferecer privilégios especiais a militares transgénero, incluindo o financiamento dos procedimentos médicos de “transição”, isenções de requisitos de prontidão e destacamento. O comando militar norte-americano está também a financiar as viagens que os seus quadros femininos fazem com a intenção de realizar abortos.

Mais alarmante do que a disseminação de tais políticas é o castigo que os membros do serviço militar enfrentam por se manifestarem contra elas. O tenente-coronel da Força Espacial Matthew Lohmeier foi demitido do exército em Maio de 2021 depois de levantar publicamente preocupações sobre a crescente difusão da religião woke em todo o serviço. A Casa Branca posteriormente recompensou o tenente-general Stephen Whiting – que removeu Lohmeier – com uma promoção para liderar o Comando Espacial dos EUA.

Os éditos autoritários de esquerda também estiveram na linha da frente durante a resposta da administração à Covid. O Departamento de Defesa de Biden determinou unilateralmente que todos os membros do serviço recebessem as vacinas experimentais e arriscadas da Covid. Quando mais de 8.400 soldados optaram por não o fazer, foram sumariamente expulsos do serviço e ainda não receberam um pedido de desculpas de Biden, Harris ou da liderança militar.

A mensagem da actual administração para os membros das forças armadas não podia ser mais clara: Se saírem da linha liberal-leninista, serão castigados.

As afirmações de Harris na quarta-feira, comparando Trump a Hitler e sugerindo que o candidato republicano pretende instrumentalizar o Pentágono com objectivos totalitários, não são apenas mais que uma manobra desesperada para tentar salvar a sua campanha presidencial, que as sondagens têm indicado estar a enfrentar sérias dificuldades. São, acima de tudo, uma projecção do ideário e da praxis do Partido Democrata, que objectiva claramente um corpo militar subserviente não à Constituição ou ao povo americano, mas à sua agenda.