A administração Biden reverteu a proibição de pessoas transexuais nas forças armadas imposta pelo seu antecessor, num contexto de recrutamento historicamente baixo, e o Pentágono está a conceder privilégios especiais a militares transgénero, incluindo isenções de requisitos de prontidão e até mesmo desvinculando-os da obrigação de serem destacados, de acordo com um memorando publicado pelo “The Dossier” na terça-feira passada.
Embora não seja confidencial, o documento não estava anteriormente disponível para consulta pública e representa uma orientação actualizada a partir de Fevereiro.
O memorando de 34 páginas informa que os militares transgénero podem obter uma dispensa das normas de uniforme, a fim de obterem a “experiência da vida real” considerada necessária para continuarem com a transição médica.
Os efectivos transexuais podem também obter uma dispensa das normas de aptidão física se sofrerem efeitos secundários negativos do tratamento hormonal, e estas dispensas podem ser renovadas de seis em seis meses.
Um membro do serviço militar “em transição” pode mesmo evitar ser destacado por completo enquanto estiver a tomar hormonas sexuais cruzadas durante o processo. Efectivos que se enquadrem neste contexto são considerados “não destacáveis” durante um mínimo de 300 dias ou até serem considerados “estabilizados”.
As forças armadas pagam todos os procedimentos médicos envolvidos na transição de género, desde o aconselhamento psicológico à “cirurgia de feminização da voz”, conforme explica o memorando, prevendo-se que o tempo de transição total demore entre 9 e 18 meses.
Embora o Centro Médico do Exército Womack, que deu origem ao documento, reconheça que as instalações do Departamento de Defesa não estão equipadas para efectuar procedimentos complexos como a vaginoplastia ou a faloplastia, deu instruções para que os candidatos a mudança de sexo sejam encaminhados para a vasta rede de médicos civis do exército. Só no caso da depilação a laser é que o procedimento não é coberto pelo contribuinte.
Embora um recruta possa identificar-se como não-binário ou fluido em termos de género, é-lhe exigido que seleccione um marcador de género masculino ou feminino – não porque o Pentágono pretenda “confundir ou desrespeitar a identidade de género [de um militar]”, mas porque “o actual sistema médico e do Exército considera o género como uma variável dicotómica”.
O presidente Donald Trump proibiu os indivíduos transgénero de servir nas forças armadas dos EUA em 2017. Joe Biden reverteu a proibição logo após assumir o cargo em 2021. Embora o Pentágono tenha revogado a sua política “Não pergunte, não diga” em 2011, permitindo que tropas gays e lésbicas servissem nas forças armadas, a disforia de género ainda era considerada causa de dispensa involuntária do serviço até 2016.
Todos os ramos das forças armadas dos EUA enfrentam actualmente um dos piores deficits de recrutamento da sua história. Os legisladores republicanos atribuíram precisamente o problema ao facto do Pentágono dar prioridade à diversidade, à equidade e à inclusão, em detrimento da prontidão militar e de valores como o patriotismo e a vontade de servir e proteger a Constituição.
Para resolver essas dificuldades de recrutamento, e como o Contracultura já noticiou, a Marinha dos EUA achou por bem eleger um drag queen como “embaixador digital”. O oficial subalterno Joshua Kelley, nome artístico Harpy Daniels, foi nomeado para essa função. A ideia será talvez contraproducente.
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