Na quinta-feira, o ex-presidente Donald Trump disse a um grupo de executivos do sector da tecnologia que pretende expandir drasticamente a imigração, concedendo “automaticamente” green cards a qualquer pessoa que se licencie em qualquer faculdade nos Estados Unidos.

Sim, é verdade. As afirmações foram proferidas no podcast All-In:

“Se alguém se formar numa universidade, penso que deveria receber automaticamente, como parte do seu diploma, um green card para poder ficar neste país, e isso inclui também as universidades secundárias. Precisamos de pessoas brilhantes”.

 

É difícil sintetizar a idiotia desta linha de pensamento.

Só mesmo um homem completamente desfazado da realidade do seu país é que pode considerar que as pessoas que tiram cursos superiores nos Estados Unidos são brilhantes e a afirmação, por si só, explica todos os erros de visão e acção que Trump cometeu no seu primeiro mandato e projecta muitos mais para o futuro, caso se dê a improbabilidade de ser eleito.

Recorde-se que um estudo recente concluiu que “o QI médio dos estudantes universitários é actualmente de apenas 102 pontos”. Ou seja, completamente mediano. Já para não falar que as escolas superiores americanas são verdadeiras fábricas de radicais de esquerda e ideólogos woke, pelo que Trump está apenas a continuar a cavar a sepultura do conservadorismo e do populismo na federação, tarefa para a qual o Partido Republicano nem precisa de ajuda nenhuma, a bem da verdade.

Mais a mais, como bem observou Chris Brunet, esta disparatada e, sim, globalista, política só vai incentivar as fábricas de diplomas falsos, a corrida a cursos superiores de algibeira, como aqueles que licenciam infelizes em ideologia de género e teoria crítica da raça e justiça social e apocalipses climáticos.

Indústrias de mediocridade que se especializam em recrutar minorias étnicas e formar activistas de esquerda também vão prosperar. Só em 2023, o canadiano Conestoga College admitiu mais de 30.000 estudantes internacionais, um aumento de 1579% desde 2014. Mas não faltam instituições de ensino como esta nos EUA.

Mas talvez a mais chocante imbecilidade que encontramos nesta disparatada promessa eleitoral (que nem sequer é eleitoralista, porque o eleitorado potencial de Trump não vai gostar de saber disto), é esta: ao garantir a legalização dos imigrantes que tirem cursos ditos “superiores” nos EUA, o magnata de Queens está apenas a servir as necessidades de mão de obra barata dos centros de poder político, económico e tecnológico que combatem a sua candidatura com ferro e fogo e sangue nos dentes: Washington, Wall Street e Silicon Valley

Como acontece com a maior parte dos líderes ditos “populistas” (incluindo Boris Johnson, Giorgia Meloni e André Ventura), Donald Trump é, a cada dia que passa, um parafuso mais afinado, na grande máquina do sistema.

Mesmo quando o sistema o odeia de morte. É espantoso.