A Neuralink, uma start-up de biotecnologia co-fundada por Elon Musk, relatou uma falha mecânica no seu primeiro implante de interface cérebro humano/computador. Inicialmente implantado no cérebro do tetraplégico Noland Arbaugh, de 29 anos, em Janeiro de 2024, o novo dispositivo teve complicações apenas algumas semanas depois. Apesar dos anúncios positivos anteriores sobre a recuperação de Arbaugh e as taxas promissoras de detecção de neurónios, a Neuralink identificou que alguns dos fios do implante se tinham deslocado, afectando negativamente as taxas de transferência de dados.
Numa publicação no seu blogue, a empresa revelou o fracasso:
“Nas semanas que se seguiram à cirurgia, uma série de fios retraíram-se do cérebro, resultando numa diminuição líquida do número de eléctrodos eficazes”.
O texto não especifica porém quantos fios se desprenderam.
A falha sugere potenciais falhas na concepção do implante cérebro-computador da Neuralink, que inclui um disco do tamanho de uma moeda que contém uma bateria, um chip de processamento e outros componentes electrónicos necessários. O implante também contém 64 fios finos e flexíveis, que são inseridos cirurgicamente no tecido cerebral para captar os sinais dos neurónios. No entanto, após o implante, alguns destes fios retraíram-se no cérebro, o que levou a uma diminuição da qualidade e da eficácia do sinal.
A Neuralink ainda não explicou por que razão os fios se desalojaram, embora o movimento do cérebro dentro do crânio possa ser um factor contribuinte. Os críticos argumentam que poderiam ser retiradas lições da tecnologia já existente, como a matriz de Utah, que, embora também incorpore fios, apresenta menos problemas mecânicos.
Seja como for, e pese embora lamentarmos o fiasco técnico que impossibilitará a Noland Arbaugh poder operar um computador apenas com a sua mente, o Contra considera esta notícia como óptima, na medida em que a empresa de Musk procura soluções tecnológicas conducentes à redução do ser humano a um artefacto, que, caso venham a ser bem sucedidas, podem ser exploradas para fins abomináveis.
A transformação do Homo sapiens num sistema operativo não é progresso. É transhumanismo.
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