Jared Bernstein, presidente do Conselho de Consultores Económicos de Joe Biden, parece ignorar completamente a forma como a Reserva Federal e o Departamento do Tesouro dos EUA trabalham em conjunto para influenciar as condições macroeconómicas do país. Numa entrevista publicada num novo documentário que discute a Teoria Monetária Moderna, Bernstein esforça-se por descrever a forma como o governo dos EUA aumenta ou diminui a oferta monetária, comprando ou resgatando títulos do Tesouro – e como isso afecta a dívida nacional.

Tropeçando em conceitos básicos e na interacção entre o Tesouro e a Reserva Federal, Bernstein afirma:

“O governo imprime dinheiro. E definitivamente empresta esse dinheiro, e é por isso que, hum, o governo definitivamente imprime dinheiro.”

E continua, questionando a exactidão do seu entendimento:

“E depois empresta esse dinheiro vendendo obrigações. Hum, É isso que eles fazem?”

Ainda com dificuldades em articular o funcionamento da política monetária dos EUA, acrescenta:

“Eles, eles, hum, eles, sim, eles, hum, eles vendem obrigações, sim eles vendem obrigações. Eles vendem obrigações, e as pessoas compram as obrigações e emprestam-lhes o dinheiro”.

Na realidade, o Departamento do Tesouro dos EUA leiloa obrigações e outros títulos à Reserva Federal, a nações estrangeiras, a cidadãos americanos e a outras agências governamentais para cobrir as despesas federais que excedem as receitas fiscais e outras receitas governamentais. No que respeita especificamente à Reserva Federal, o Tesouro imprime moeda americana para o banco central – vendendo-a a preço de custo. A moeda é depois distribuída pela Reserva Federal a vários bancos e instituições financeiras ou vendida de volta ao Tesouro através de leilões de títulos.

Em geral, o governo não empresta dinheiro; isso é da competência da Reserva Federal. Bernstein, no entanto, está pelo menos parcialmente correcto quando diz que os indivíduos e as instituições que compram obrigações do Tesouro estão a emprestar dinheiro ao governo federal. Mas mesmo quando está certo, parece hesitar nessa certeza, reconhecendo completamente a sua impreparação técnica para o cargo que ocupa:

“Mas eu não entendo. Não sei do que é que eles estão a falar.”

 

 

Para além da conspiração de estúpidos que leva este homem a uma posição de poder federal na economia americana, temos que nos perguntar sobre a intenção que está por trás dessa falência do mérito. Porque elevar imbecis à posição de peritos é uma excelente estratégia de cinzas.