Os deputados israelitas Danny Danon e Ram Ben-Barak querem que os governos ocidentais abram as suas fronteiras para acolher os refugiados que estão a fugir do ataque terrestre israelita em curso na Faixa de Gaza.
Num artigo publicado no Wall Street Journal, Danon e Ben-Barak – ambos legisladores no Knesset de Israel – argumentam que os países europeus e os Estados Unidos são ideais para acolher refugiados, uma vez que têm
“uma longa história de assistência a refugiados que fogem de conflitos”.
É verdade que, dadas as suas políticas de fronteira aberta, e as declarações ecuménicas de alguns dos seus líderes, tanto os europeus como os americanos merecem inteiramente estes cínicos comentários, mas devemos reconhecer que é no mínimo obsceno que os israelitas, que em 80 anos nunca conseguiram conviver em paz com os palestinianos (sendo a responsabilidade dessa longa discórdia sem dúvida partilhada pelos dois povos), achem por bem que a solução ideal seja enviá-los para o Ocidente.
Danon, que foi anteriormente representante de Israel nas Nações Unidas, e Ben-Barak, ex-líder da Mossad, escrevem:
“As organizações mundiais com experiência na instalação de refugiados devem facilitar a deslocação dos residentes de Gaza que desejem mudar-se para países dispostos a aceitá-los. Precisamos apenas que um punhado de nações do mundo partilhe a responsabilidade de acolher os residentes de Gaza. Mesmo que cada país acolha apenas 10.000 pessoas, isso ajudaria a aliviar a crise.”
Leia-se: isso ajudaria Israel a terminar definitivamente com a Faixa de Gaza, transportando o problema para nações que nada têm a ver com o conflito regional no Médio Oriente.
Israel tem procurado encontrar uma solução para a crise dos refugiados palestinianos (que implique, claro, a obliteração da Faixa de Gaza), depois dos países árabes vizinhos terem recusado acolher mais palestinianos. Há um mês, o rei Abdullah II da Jordânia rejeitou a proposta do chanceler alemão Olaf Scholz para que os países árabes vizinhos acolhessem novos refugiados, apelidando-a de “linha vermelha” e acrescentando peremptoriamente:
“Não haverá refugiados na Jordânia e não haverá refugiados no Egipto”.
O Líbano também não parece interessado em recebê-los, até porque a entrada de refugiados palestinianos neste país, entre 1948 e 1975, teve como consequência uma guerra civil que acabou com a maioria cristã que lá prosperava.
Embora a maioria dos americanos continue a apoiar a resposta militar de Israel ao brutal ataque terrorista do Hamas de 7 de Outubro, os políticos israelitas que exigem que o governo americano acolha refugiados palestinianos podem alterar isso. Segundo uma sondagem da Gallup, 41% dos yankees querem que a taxa de imigração legal para os Estados Unidos seja reduzida em relação aos níveis actuais. Apenas 26% estão dispostos a receber mais estrangeiros.
Desde o princípio desta nova onda de hostilidades e mortandade na Faixa de Gaza que o ContraCultura tem advertido que o plano de Israel é precisamente este: expulsar os palestinianos da Faixa de Gaza com a conivência das elites globalistas no poder na Europa e nos EUA. Até porque matá-los a todos será, para o governo de Benjamin Netanyahu, uma péssima alternativa, e não por razões humanitárias: Israel já está a perder a batalha da propaganda e um extermínio deste género seria difícil de sustentar moralmente, junto da comunidade internacional, que já de si parece bastante dividida relativamente ao conflito.
Paul Joseph Watson também anda a dizer isto desde os primeiros dias depois do ataque terrorista do Hamas. É por isso que agora, confrontado com o artigo dos influentes políticos sionistas, tem mesmo que dizer: I told you so.
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