A Alemanha e a Itália entrarão em recessão no final do ano à medida que a inflação continuar a aumentar, disse a Fitch Ratings, uma das três maiores agências de classificação de risco de crédito, à Bloomberg na quinta-feira.
O director para as dívidas soberanas e supranacionais da Fitch, James McCormack, disse que
“Esta recessão pode não ser catastrófica mas é significativa em si mesma”.
A inflação na Alemanha, a maior economia da UE, acelerou em Fevereiro, subindo para 9,3% ao ano e 1% por mês, de acordo com os últimos números do Instituto Federal de Estatística do país. O aumento dos preços dos alimentos e da energia infligiu um rude golpe à economia alemã, apesar das medidas de alívio tomadas pelo governo.
A economia germânica sofreu uma contracção de 0,4% nos últimos três meses de 2022. A contracção foi maior do que a queda do PIB anteriormente estimada em 0,2%.
Em Itália, a terceira maior economia da UE, os preços ao consumidor subiram 9,2% em Fevereiro em comparação com o mesmo período do ano passado, contra um aumento de 10% em Janeiro, segundo dados preliminares da agência de estatísticas do país, a ISTAT, apresentados na quinta-feira.
O poder de compra dos italianos diminuiu em mais de 50% no último ano, de acordo com um relatório do think tank Nomisma, que afirmava que um em cada sete italianos se queixava de terem ganho menos do que o necessário para pagar as contas. Um quarto dos inquiridos disse que gastou todo o seu dinheiro em bens essenciais, enquanto 26% dos lares italianos testemunharam que temiam não conseguir chegar solventes ao fim do mês.
Os EUA estão também em risco de recessão até ao final do ano, disse McCormack à Bloomberg, acrescentando que “o Reino Unido já lá está, provavelmente”.
Escondendo convenientemente o facto de que o movimento inflaccionário no Ocidente deriva primeiro das políticas irresponsáveis de emissão de moeda pelos bancos centrais, o economista salientou que os governos de todo o mundo estão a lutar para enfrentar a crise do custo de vida provocada pelo aumento dos preços dos alimentos e da energia desde o início do conflito na Ucrânia, que tem criado ondas de instabilidade para toda a economia global.
Nouriel Roubini: estamos à beira do pior crash económico de sempre.
Contrariando a ideia da Fitch de que a recessão que se avizinha não será tão destruidora como isso, o reputado economista e professor da Universidade de Nova Iorque Nouriel Roubini, advertiu que a grande crise da dívida atingirá os mercados este ano, em declarações à ABC australiana na semana passada.
“O mundo enfrenta a ‘tempestade perfeita’ de alta inflação, taxas de juro crescentes e uma recessão em 2023, com as pessoas actualmente empregadas a serem provavelmente as mais atingidas pela crise.”
Um dos primeiros economistas a prever a crise financeira de 2007-09, Roubini tem vindo a alertar desde há meses para uma crise de estagflação da dívida, que combinaria os piores elementos da estagflação dos anos 70 e da crise da dívida de 2008.
“Acredito que este ano vai surgir uma crise de estagflação. O rácio da dívida nas economias mais desenvolvidas era apenas 100% do PIB na década de 1970, enquanto que actualmente é de 420% do PIB, em dívida privada e pública. Portanto, com o choque dos preços do petróleo, não só temos inflação, não só temoss recessão e estagflação, como ficamos com aquilo a que eu chamo uma grande crise de estagflação da dívida, porque com taxas de juro tão elevadas, esse rácio torna-se insustentável”.
Denominado ‘Doutor Doom’ por Wall Street, dadas as suas previsões económicas desastrosas, Roubini sugeriu que a situação económica actual vai obrigar a Reserva Federal dos EUA e outros bancos centrais a continuar a subir as taxas de juro até que as suas economias entrem em recessão.
“Penso que a taxa de juro da Reserva Federal terá de ser certamente superior a 6% para atingir um objectivo de 2% de inflação. Mas se aumentarmos as taxas dessa forma, teremos um brutal choque com a realidade”.
De acordo com o economista, a radical correcção nos mercados de acções e o aumento nos rendimentos das obrigações e dos spreads de crédito para a dívida do sector privado vão acabar por conduzir a graves dificuldades financeiras.
“Essa angústia financeira vai tornar a recessão mais severa, e uma recessão mais severa traduzirá contracção de rendimentos e redução na produção de bens que vai aumentar o número de incumprimentos por parte das famílias, empresas e mesmo algumas instituições financeiras e alguns governos de países pobres com graves problemas de dívida”.
Roubini acrescentou que as pessoas assalariadas serão provavelmente as mais atingidas pela crise que se aproxima.
“A estagflação é o pior de todos os mundos para os trabalhadores”.
O que não é propriamente uma novidade.
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