Recentemente o ContraCultura publicou um texto sobre um dos muitos dilemas contemporâneos da Astrofísica: a acreditar nas virtudes da Matéria Negra (mesmo que não se saiba o que ela é) como teoria explicativa de fenómenos galácticos que são observados e que não são entendidos, há sempre uma boa parte desses fenómenos que permanecem insondáveis. A acreditar na Gravidade Modificada, uma teoria que propõe uma modificação na dinâmica newtoniana, resultando na alteração das leis que regem o movimento dos corpos em regimes com baixas acelerações, ficamos também com uma fatia da fenomenologia celeste por explicar.
Acontece acrescidamente que nenhuma destas duas teorias consegue apresentar uma solução decente para o comportamento da galáxia AGC 114905, que pelos vistos prescinde completamente de Matéria Negra e cujo comportamento não é previsto pela Teoria da Gravidade Modificada.
Traduzindo este gráfico para que o leigo possa entendê-lo: a linha verde prevê o comportamento da galáxia de acordo com a Teoria da Gravidade Modificada, a linha magenta prevê o comportamento da galáxia de acordo com a Teoria da Matéria Negra e os círculos a vermelho mostram a realidade comportamental da galáxia observada. O “comportamento” refere-se aqui a velocidade (eixo vertical) e dimensão do raio (eixo horizontal).
Convém sublinhar que seria suposto encontrar na AGC 114905 uma valor pelo menos minimamente aproximado a 85% de matéria negra, que é o valor desta matéria não irradiante que se calcula estar presente, em média, nas galáxias. Os astrónomos encontraram 0% ou perto disso.
Escusado será dizer que, se encontrámos esta galáxia vazia de matéria negra e considerando que existem cerca de dois triliões de galáxias no universo, muito outros aglomerados de estrelas sem matéria irradiante devem existir por aí. E que não compaginam com as leis da física.
Nos dias que correm, a astronomia encontra singularidades e excepções às regras da Física de cada vez que aponta lentes e filtros e algoritmos para o cosmos. Por alguma razão deve ser. Anton Petrov, que, coitado, muito a contragosto vai deixando registo quotidiano deste descalabro teórico, desenvolve e articula as conclusões do paper que expõe a inconveniente excentricidade desta galáxia rebelde.
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