É de pinheiro verdadeiro ou de plástico elástico feita artificial;
é eterna, é moderna, a árvore de natal.
Conífera sarapintada de serpentinas, peúgas piegas e confeitos,
pindéricos esféricos, diamantes perfeitos.
Vermelha centelha de brilhante trapezista, maneirista ou minimal;
é contudo e sobretudo, uma árvore de natal.
Todo o elemento é ornamento, a louça, a loisa, o polipropileno:
é de aço, é a traço, a árvore todo-o-terreno.
Fado de supermercado, cónico platónico ou cânone filosofal;
é pagã, é cristã, a árvore de natal.
Macieira sem maçã, os sinos são hinos de uma última malícia:
guarda lendas e prendas com zelo de polícia.
E já enfeitada de luz cromada, cai do céu aberto, tecto material,
uma estrela amarela e com ela, é chegado o Natal.
Relacionados
28 Mar 25
Umbral
Depois de atravessares todas as portas e de perceberes que por todas elas saíste quando julgavas ter entrado, onde vais agora? Um poema de Alburneo.
21 Mar 25
Árvores Dendrites
A Árvore dendrite tolera os pássaros como as crianças toleram os cães. Um poema de Alburneo.
11 Mar 25
Haikus da baía praia
A arte do haiku: Um dia perfeito, uma conversa com Neptuno, uma omelete civilizada e uma vila simpática, nativos à parte.
19 Fev 25
Haikus que se escrevem sozinhos
A arte do haiku: A traineira incomoda o scoth do comandante, a motorizada berra sobre o silêncio e a soma dos anos produz o reumático (mas não te queixes porque Deus compensa-te com versos que se escrevem sozinhos).
11 Fev 25
Trova dos Deuses Astronautas
Vêm lá dos confins do espaço, em busca dos desertos americanos. Enlatados em discos d'aço, vão chegando os marcianos.
7 Fev 25
As mulheres
Sobre as mulheres que carregam o sol e que da serra trazem o pão ao colo do tempo. Um poema de Alburneo.