Vem, Lídia, dá-te comigo
aos abertos caminhos da existência vã;
Ignora a metafísica e abracemos juntos
a inutilidade da manhã.
Quero de ti menos verdade,
menos substância que a do vento matutino;
e se outros passam ralados, sejamos nós
livres para olvidar o destino.
O cuidar disto ou daquilo,
o remoer do dever ou da obrigação espúria
é arrelia de escravos, e nós fomos por Apolo
libertos para a alegria e a fúria.
Por isso vem, Lídia, comigo,
por este caminho que abrimos agora
esquecidos da guerra e dispostos apenas
à consumação da hora.
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