VIII – Estoicismo e os limites da acção humana.
O estoicismo é o ramo da filosofia fundada por Zenão de Cítio no início do século III AC. Para os estoicos, os males da humanidade derivam de desejar o que não se pode ter, evitar o que é inevitável e controlar o que é incontrolável.
Os estoicos não procuraram obliterar as suas emoções, mas viver em harmonia com elas. É evidente que não somos os mestres da nossa própria casa, e que existem elementos na psique que estão para além do domínio consciente. As ideias, pensamentos e emoções – que fazem parte do inconsciente – precedem o livre arbítrio. Os estoicos sabiam que as respostas automáticas do instinto e do inconsciente escapam-nos, e é por isso que se concentraram no que está dentro do nosso controlo.
No estoicismo, o objectivo da vida é viver virtuosamente de acordo com a natureza, que é boa e racional, impulsionada pelo logos. Nada que seja natural é mau, e como estamos todos interligados pela razão, quando um homem faz mal a outro homem, está a magoar-se a si próprio.
“O que é mau para a colmeia é mau para a abelha”.
Marco Aurélio . Meditações
A fase ideal do estoicismo é a apatheia (literalmente, sem paixões), que é ligeiramente diferente da ataraxia, embora os estoicos utilizem ambos os termos. Uma forma de ver a relação entre os dois termos é que a apatheia, que nos protege das flutuações emocionais incontidas, leva à ataraxia, um estado de tranquilidade. Por outras palavras, a ataraxia é um subproduto. A apatheia não deve ser confundida com a ideia moderna de apatia, mas sim como um estado de equanimidade.
Os estoicos dividiram a filosofia em três partes: lógica, física e ética. Aqui temos de distinguir entre o discurso sobre filosofia e a própria filosofia. É importante ter uma teoria assim tripartida quando se trata de ensinar filosofia, no entanto, o modo de vida filosófico já não é compartimentado, mas um acto unitário, que consiste na integração prática dessas três vertentes. Na vida, já não estudamos a lógica, ou seja, a arte de falar e pensar bem – simplesmente pensamos e falamos bem, perfeitamente conscientes não só do que estamos a fazer, mas também do que estamos a pensar. Já não nos envolvemos em inquéritos sobre o mundo físico, mas contemplamos o nosso lugar dentro do cosmos e agimos em conformidade. Já não teorizamos mais a acção moral, mas comportamo-nos de uma forma correcta e justa. Como escreve Marco Aurélio:
“Não vale a pena perder mais tempo a discutir o que deve ser um bom homem. Basta ser um.”
Marco Aurélio . Meditações
Para os estoicos, como para a escola rival epicurista, a física não foi desenvolvida para se servir a si mesma, mas com uma finalidade ética: A disciplina era indispensável para demonstrar racionalmente que existem coisas que escapam ao nosso poder, que dependem de causas externas. Essas coisas referem-se a ligações necessárias de causa e efeito, que não estão sujeitas ao livre arbítrio. E é por isso que devemos transformar a perspectiva humana da realidade numa visão natural das coisas.
Prosochē é a atitude espiritual estoica fundamental, o desenvolvimento da capacidade de prestar atenção, a contínua vigilância e presença de espírito, autoconsciência que nunca dorme e a tensão constante da alma.
Graças à sua vigilância espiritual, o estoico tem sempre “à mão” a regra fundamental da vida: a distinção entre o que depende e o que não depende de nós. Devemos concentrar-nos no que está dentro do nosso controlo, e ser indiferentes ao que está para além do nosso controlo. A sabedoria vem de concentrarmos a nossa atenção no que realmente importa e naquilo que podemos fazer sobre o que realmente importa. A célebre Oração da Serenidade, rezada por grupos de ajuda como os alcoólicos anónimos ecoa a mesma mensagem, ainda hoje:
“Deus, concedei-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso, e sabedoria para conhecer a diferença”.
Podemos e devemos perguntar a nós próprios: Posso fazer algo a respeito desta situação? Se não, porque é que estou preocupado? Uma vez que está fora do meu controlo, é inútil preocupar-me com ela. E nada vale a pena fazer inutilmente.
IX – Epicurismo: a indiferença dos deuses e a supressão do sofrimento.
O epicurismo é a abordagem filosófica fundada no século IV a.C. pelo antigo filósofo grego Epicuro. Para os epicuristas, a infelicidade das pessoas provém do facto de terem medo de coisas que não devem ser temidas, e de desejarem coisas que não é necessário desejar. Consequentemente, a sua vida é consumida em preocupações sobre medos injustificados e desejos insatisfeitos. E como último resultado, são privados do único prazer genuíno disponível ao Homem: o prazer de existir. É a liberdade do desejo injustificado, da dor e do medo que leva à ataraxia.
Epicuro acreditava que os nossos principais medos provêm dos deuses e da morte. O universo estoico é caracterizado pela providência: sistema, ordem e design; enquanto o universo epicurista é definido pelo átomo: dispersão, caos, acaso. Na visão de Epicuro, os deuses nada têm a ver com a criação do universo, e não se preocupam com a conduta do mundo ou dos seres humanos; por outro lado, a morte não é nada para nós, pois a alma é constituída por átomos, como o corpo, desintegra-se com a morte e perde toda a capacidade sensorial. Escreve ele:
“A morte não nos diz respeito, porque enquanto existimos, a morte não está aqui. E quando ela chega, já não existimos”.
Epicuro, Carta a Menoeceu
Os Epicuristas também praticariam memento mori, pois pode despertar nas nossas almas uma imensa gratidão pelo maravilhoso dom da existência. Devemos persuadir-nos de que cada novo dia que amanhece será o nosso último e só assim receberemos cada hora inesperada com gratidão.
O método para alcançar um prazer estável consiste na reflexão baseada numa distinção tripartida: desejos que são naturais e necessários; desejos que são naturais e não necessários; e desejos vazios, que não são naturais nem necessários.
Desejos naturais e necessários são aqueles cuja satisfação liberta as pessoas da dor, e que correspondem às necessidades elementares ou necessidades vitais. Desejos naturais mas não necessários são, por exemplo, desejos de objectos sumptuosos, iguarias e gratificação sexual. Nem naturais nem necessários, mas produzidos por opiniões destituídas de senso, são os desejos ilimitados de riqueza, glória, e imortalidade. Um ditado epicurista resume adequadamente esta divisão de desejos:
“Damos graças à Natureza abençoada, que tornou as coisas necessárias fáceis de obter, e que tornou as coisas difíceis de obter desnecessárias”.
Para os Epicuristas, temos de nos preocupar com a cura das nossas próprias vidas. A cura consiste em trazer a alma de volta das preocupações da vida para a simples alegria de existir. Como diz um outro ditado epicurista:
“Vã é a palavra do filósofo que não cura nenhum sofrimento do homem”.
Pois assim como não há valor na medicina se ela não expulsa as doenças do corpo, também não há valor na filosofia se ela não expulsa o sofrimento da mente.
Os gritos da carne são: não ter fome, não ter sede, não ter frio. Pois se alguém goza desses privilégios, e da esperança de continuar a possuí-los, poderá rivalizar até mesmo com Zeus na felicidade. Epicuro escreve:
“Fazemos o que fazemos para evitar o sofrimento e o medo. Uma vez que o tenhamos conseguido, a tempestade da alma é totalmente dissipada, pois o ser vivo já não precisa de se movimentar para o que lhe falta, ou de procurar algo mais para alcançar o bem da alma e do corpo. Temos necessidade de prazer precisamente quando estamos a sofrer com a ausência de prazer. Quando não estamos a sofrer desta falta, não precisamos de prazer”.
Epicuro, Carta a Menoeceu
O prazer como a supressão do sofrimento é o bem absoluto. Não pode ser aumentado, e nenhum prazer novo lhe pode ser acrescentado, tal como um céu limpo não pode ficar mais brilhante. Isto leva a tomar consciência de algo extraordinário, já presente em nós inconscientemente: o prazer da nossa própria existência.
Para curar a alma não é necessário treiná-la para se expandir, como pensavam os estoicos, mas sim treiná-la para se aquietar. Em vez de imaginar antecipadamente os infortúnios, de modo a estarmos preparados para os suportar, devemos antes separar os nossos pensamentos da visão de coisas dolorosas, e fixar os nossos olhos em coisas agradáveis. Devemos reviver memórias de prazeres passados, e desfrutar dos prazeres do presente, reconhecendo quão intensos e agradáveis são esses prazeres de ontem e de hoje.
Temos aqui um exercício espiritual bastante distinto, diferente da constante vigilância do estoico, com a sua constante disponibilidade para salvaguardar a sua liberdade moral em cada instante. Em vez disso, o Epicurismo prega a escolha deliberada e continuamente renovada de calma e serenidade, combinada com uma profunda gratidão para com a natureza e a vida, que nos oferecem constantemente alegria e prazer, se ao menos soubermos como encontrá-los.
Para os epicuristas, em última análise, o prazer é um exercício espiritual. Não o prazer sob a forma de mera gratificação sensual, mas o prazer intelectual derivado da contemplação da natureza, o foco nos prazeres passados e presentes, e por último, o prazer da amizade. A própria amizade é, por assim dizer, o exercício espiritual por excelência. Mestres e discípulos ajudavam-se mutuamente, a fim de obterem uma cura para as suas almas. O principal objectivo era a felicidade, e o afecto mútuo e a confiança que reinava entre os discípulos de Epicuro contribuíam mais do que tudo para esse estado de alma.
A filosofia epicurista pode ser resumida neste quádruplo remédio:
“Os deuses não devem ser temidos,
A morte não deve ser temida;
O que é bom é fácil de adquirir
O que é mau é fácil de suportar”.
Filodemo, Papiros de Herculano
No Jardim de Epicuro, espécie de paraíso na Terra que se tornou um símbolo da filosofia Epicurista, o homem vive em pleno com a natureza e a sua abundância, sem ansiedades existenciais nem desejos supérfluos.
Epicuro teve uma morte lenta e dolorosa, resultante de pedras nos rins, aos 72 anos de idade. Apesar de ter de conviver com a dor excruciante, diz-se que o mestre manteve a boa disposição e continuou a ensinar até ao fim. Para ele, viver bem e morrer bem eram máximas semelhantes e incontornáveis. E permaneceu fiel à sua filosofia até ao fim.
Embora os Epicuristas e os Estoicos sejam diferentes nas suas conceptualizações filosóficas, partilham muitas semelhanças: meditação intensa sobre máximas fundamentais, consciência sempre renovada da finitude da vida, exame crítico do eu, e, sobretudo, uma atitude específica em relação ao tempo – viver no presente, não nos deixarmos perturbar pelo passado, nem nos preocuparmos com a incerteza do futuro. Cada instante tem um valor infinito, a sabedoria é tão perfeita e completa num instante como é ao longo de uma eternidade. A nossa felicidade é urgente, pois o futuro é incerto e a morte é uma ameaça constante. Qualquer duração da vida é suficiente se vivida com sabedoria, e se adiamos a experiência plena da existência, a vida passa por nós, inexorável e alheia ao desperdício.
X – Neoplatonismo: a metafísica do Uno.
Plotino é considerado o fundador do Neoplatonismo, uma filosofia que surgiu no século III d.C., como uma grande síntese da herança intelectual que era então excessivamente rica e profunda. Os neoplatónicos Inspiraram-se no Platonismo, no Aristotelismo, no Estoicismo e na religião. É uma soma-total de ideias produzidas ao longo de séculos de investigação sustentada sobre a condição humana.
Por trás da fachada do mundo natural e visível da matéria, há três níveis de realidade que descrevem segmentos da vida interior: a alma, o Nous (intelecto ou mente), e o Uno ou o Bem. Estas são três hipóstases, substâncias fundamentais subjacentes que suportam toda a realidade. Tudo emana eternamente do Uno, que não é um ser, mas o ser, e que transcende as relações de causa e efeito.
O Uno cria os muitos, a vida depende deste princípio divino unitário mais elevado, pois é a realidade absoluta. O Nous é a mais elevada actividade da vida, que se volta para o Uno para compreender a condição prévia da sua própria existência, é ontologicamente anterior ao reino físico tipicamente tomado para a realidade última. A mente domina a matéria.
O mundo ideal de todas as formas e ideias é conceptualizadoa partir da relação dos pensamentos com os objectos. A alma provém da actividade interior do Nous, e encontra-se no coração do Neoplatonismo, que é uma filosofia da alma ou da psicologia. A alma torna-se informada pelas imagens das formas eternas e dá à luz todo o universo e a biosfera na terra. É o fenómeno geral da vida capaz de animar a matéria. A alma não reside no corpo, é o mundo corpóreo e sensato que repousa em nós. É necessário sublinhar que o mundo material que os Neoplatonistas habitavam era, por esta razão, um lugar essencialmente bom, divino e belo.
Para os Neoplatonistas, o propósito da vida era o de transportar a alma para o plano holístico do divino, como Plotino ensinou os seus seguidores até ao dia da sua morte. O objectivo não é a realização mundana da vida dentro dos limites do que é humanamente possível, mas nada menos que a eudaimonia no seu sentido mais lato: a deificação.
Plotino descreve o exercício espiritual como não apenas a procura pelo conhecimento do Uno, mas a fusão com o Uno, numa completa aniquilação da individualidade. É aqui que, num brilho fugaz de luz, tem lugar a metamorfose do Eu. O filósofo já não vê o seu objecto, pois naquele instante já não se distingue dele. Já não é ele próprio, nem pertence a si próprio, mas é um com o Uno, como o centro de um círculo coincide com o centro de outro.
A metafísica neoplatónica do Uno não é puramente teórica ou abstracta, mas usada para expressar uma experiência interior, que é fundamental mas inexprimível. O eu humano está indissociavelmente ligado ao transcendente. Plotino experimentou por quatro vezes esta união mística de se tornar Uno com o divino. Depois destas experiências, escreveu:
“Como é possível que eu desça agora, e como foi possível que a minha alma viesse a estar dentro do meu corpo?”
Plotino não era apenas um filósofo, mas também um guia espiritual. A realização do Uno afasta a nossa atenção de preocupações vãs e de exageradas arrelias. O conceito de teurgia (trabalhar com Deus) torna-se um conceito importante para os Neoplatonistas. Designa rituais capazes de purificar a alma, e o seu veículo imediato, o corpo astral, e assim permitir-lhe contemplar os deuses. A única coisa que pode levar à nossa união com os deuses não é a filosofia teórica, mas os ritos que não compreendemos. Para o neoplatonismo e o cristianismo, os dois movimentos espirituais que dominaram o fim da antiguidade, o homem não pode salvar-se a si próprio, mas deve submeter-se ao juízo divino.
XI – A Filosofia à procura de verdades essenciais.
Nunca devemos parar de esculpir a nossa própria estátua, até que o esplendor divino da virtude resplandeça em nós. A imaterialidade da alma transforma-se em experiência quando se liberta e se purifica das paixões, que escondem a sua verdadeira realidade. A busca da auto-transformação é bem simbolizada pela analogia do escultor que trabalha sobre a pedra da sua própria individualidade. A estátua pré-existe no bloco de mármore, e basta retirar o que é supérfluo e desordenado para que ela ganhe forma.
Todas as escolas da filosofia helenística concordam que o homem, antes da sua conversão filosófica, está num estado de inquietude infeliz. Consumido por preocupações, dilacerado por paixões, perturbado por desejos, não vive uma vida genuína, nem experimenta a verdade de quem é. Contudo, ele pode atingir um estado sublime de consciência, através de um processo de transformação. A felicidade consiste na independência, na liberdade e na autonomia. É o regresso ao essencial, àquilo que se é verdadeiramente, e que depende de nós. E deixar a alma praticar a virtude é o caminho para compreender a sua imortalidade.
Isto é obviamente verdade no Platonismo, onde encontramos a famosa imagem de Glaucos, o deus que vive nas profundezas do mar. Coberto como está com lama, algas, conchas e calhaus, Glaucos é irreconhecível, e o mesmo se aplica à alma: o corpo é uma espécie de crosta grosseira, cobrindo-a e desfigurando-a completamente, e a verdadeira natureza da alma só surgirá depois de retirado tudo o que lhe é estranho. O exercício espiritual de aprendizagem para a morte, que consiste em separar o corpo das suas paixões e dos seus desejos, purifica a alma de todas essas adições supérfluas.
Através da distinção estoica do que depende de nós e do que não depende, podemos rejeitar tudo o que nos é estranho, e regressar ao nosso verdadeiro eu. O mesmo se aplica ao Epicurismo: ignorando desejos artificiais e desnecessários, podemos ser livres, satisfazendo desejos naturais e necessários. Assim, todos os exercícios espirituais são, fundamentalmente, um regresso ao eu, em que o eu é libertado do estado de alienação em que foi mergulhado por preocupações, paixões e desejos.
Cada ramo da filosofia depende do tipo de personalidade individual dos filósofos fundadores. Nenhuma filosofia se adequa a todos os seres humanos, e devemos encontrar a abordagem que melhor se adequa à nossa vida e à nossa identidade. Este exercício de auto-conhecimento é, em última análise, a busca por quem somos e pela verdade essencial que vive em cada um de nós.
XII – Visão superior e consciência cósmica.
Muitos filósofos antigos praticavam o exercício espiritual da “visão de cima”, no qual avançamos para um ponto de vista de uma terceira pessoa e nos afastamos da nossa visão estreita e subjectiva das coisas. Este voo criativo não consiste em registar os assuntos humanos como insignificantes, mas sim em enriquecer a vida com significado cósmico. O antigo sábio estava consciente de viver no cosmos, e colocava-se em harmonia com ele. A totalidade do cosmos está contida e implícita em cada instante.
Esta consciência cósmica transcende os limites da individualidade, expandindo o ego no infinito da natureza universal, libertando a existência das preocupações e dores produzidas pelas nossas paixões, e elevando o espírito às exigências universais do Logos. Ou seja, ver o mundo, e o nosso lugar nele, não como gostaríamos que fosse, mas como ele é. Neste breve instante, experimentamos o mundo como “apenas isto”, ou “sucção”. É a realização impressionante da co-identidade com o mundo, uma experiência que elimina a fronteira entre sujeito e objecto.
O Tudo ou o Uno não transita para estar presente. Se não está presente, é porque nos distanciámos dele.
A filosofia na antiguidade grega era assim um exercício praticado a cada instante. Um processo que nos convida ao foco sobre cada momento da vida e a tomar consciência do valor infinito da existência presente, uma vez que é reflexo do prodígio cósmico. O exercício da sabedoria implica assim uma dimensão universal. Enquanto a pessoa comum perdeu o contacto com o mundo, e não o vê na sua essência, mas como um meio de satisfazer os seus desejos, o sábio nunca deixa de ter a perspectiva holística constantemente presente na sua mente. Ele pensa e age dentro de um quadro cósmico. Ele tem a sensação de um todo que vai para além dos limites da sua individualidade.
E é essa, enfim, a suprema consolação: a de saber que fazemos parte de uma verdade transcendente e universal.
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