O Engenheiro Rui Veríssimo Baptista, agricultor, empresário e dirigente associativo, veio ao D. Carlos falar da gestão da água como recurso criador de riqueza para Portugal. Uma palestra repleta de informação relevante, que diagnosticou muitos dos problemas e sugeriu com claridade soluções eficientes para a correcta gestão dos recursos hídricos nacionais.
O orador, que tem vasta experiência no sector agrícola e é proprietário de uma herdade no Alentejo, começou por discutir a cultura nacional, que vê o sector do ambiente como uma espécie de polícia que existe apenas controlar e nunca foi chamado a empreender, quando o país precisa de projectos de engenharia hídrica que deviam ser levantados com a participação activa de organizações ambientais públicas e privadas.
Por outro lado, a máxima “poupar água” que reina nos corredores governamentais e nos grupos ambientalistas parece ignorar os números da pluviosidade em Portugal, que são surpreendentes. No norte do país encontram-se algumas das regiões mais chuvosas da Europa e em Portugal chove mais que na Alemanha, por exemplo.
E se é verdade que existem grandes assimetrias de precipitação entre o norte e o sul do país, as águas de escoamento nacional permitem que Portugal seja independente em recursos hídricos, independentemente das afluências de Espanha, se implementarmos adequadas estruturas de distribuição. Ou seja: o nosso país adoptou um discurso que se relaciona com a realidade de outros países – e dominante em Bruxelas – quando não vivemos essa realidade. Portugal tem um problema de distribuição de água e não de escassez.
O Engenheiro Veríssimo Baptista aproveitou para destruir o mito de que no nosso país se desperdiça muita água em regas, quando 88% da chuva que cai no território nacional não é utilizada e vai direita para o mar e apenas 1% dessa água permite regar 100.000 hectares de terra agrícola.
Perante os números reais, percebemos que não há falta de água – o discurso é que está errado – e as dificuldades e assimetrias podem ser resolvidas pela engenharia, aumentando a rede de distribuição e melhorando a sua eficiência, e conduzindo pequenas margens do fluxo fluvial de rios de grande caudal como o Tejo para o sul do país, por exemplo.
O orador destacou também o caso do Alqueva como prova material de que temos capacidade de criar riqueza agrícola em Portugal se investirmos na gestão racional das reservas aquíferas e ignorarmos os grupos de interesse que claramente trabalham contra o sucesso da agricultura portuguesa, que põe em causa o seu discurso catastrófico e apocalíptico.
Trata-se acima de tudo de criar estratégias sólidas, que triunfem sobre o tempo e os modismos retóricos e os ciclos noticiosos. E esse tem sido um problema da Terceira República, que se mostra incapaz de planear a longo prazo.
Dependentes das afluências de Espanha e sem uma estratégia para os recursos hídricos, o futuro de Portugal é ensombrado por ameaças à sua agricultura, economia e soberania, embora a nação tivesse condições para levantar uma rede autónoma que lhe permitisse total independência.
O problema é que nós em Portugal temos ‘homens do estado’ em vez de estadistas.
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