A Reserva Federal americana anunciou na quarta-feira que iria manter as taxas de juro estáveis, resistindo aos apelos do Presidente Donald J. Trump para uma redução adicional. Esta decisão segue-se a um ciclo em que o Fed fez três reduções consecutivas, no final de 2024. A taxa de juro actual mantém-se entre 4,25 e 4,5%.
A inflação caiu significativamente desde o seu pico de mais de 9% em Junho de 2022, sob o comando do ex-presidente Joe Biden. No entanto, os preços permanecem um pouco acima da meta de 2% do Fed.
Numa declaração após o anúncio de manutenção das taxas de juro, a Reserva Federal indicou um mercado de trabalho ressurgente como uma das principais razões para a pausa – sugerindo que o banco central está a antecipar uma rápida recuperação económica sob o presidente Trump, que combinada com cortes muito acentuados nas taxas poderia aumentar as pressões inflacionárias.
Na declaração da Fed de Janeiro, lê-se:
“A taxa de desemprego estabilizou num nível baixo nos últimos meses e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação mantém-se ligeiramente elevada”.
Além disso, o Fed observa que a economia dos EUA “continuou a expandir-se em um ritmo sólido”.
Trump reiterou recentemente a sua posição sobre a redução das taxas de juro. Durante um discurso endereçado remotamente ao World Economic Forum (WEF), relacionou este facto com os preços do petróleo, sugerindo que a redução desses custos poderia permitir que a Fed aliviasse o seu combate à inflação, justificando assim cortes nas taxas. Trump também mencionou a sua intenção de envolver a Arábia Saudita e a OPEP na redução dos preços do petróleo.
Convém aqui fazer um parêntesis para informar a gentil audiência que uma redução drástica no preço do petróleo iria contrariar o lema “drill, baby drill” que Donald Trump tem embandeirado, já que um custo abaixo dos 50 dólares por barril inviabilizaria qualquer exploração petrolífero nos Estados Unidos.
Em Julho do ano passado, ainda em campanha, Trump indicou que permitiria que o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, cumprisse o seu mandato, afirmando:
“Eu deixá-lo-ei cumprir o seu mandato… Especialmente se achar que ele está a fazer a coisa certa”.
A ver vamos se Powell, no fim deste trimestre, “faz a coisa certa” e baixa as taxas de juro, ou se o inquilino da Casa Branca encontra outra pessoa para o fazer.
A Reerva Federal americana é uma instituição privada, controlada pelos maiores bancos da federação, mas o seu presidente é nomeado pelo chefe de estado.
Funcionário da Reserva Federal preso por ter traficado segredos comerciais com a China.
Entretanto, um ex-conselheiro sénior da Reserva Federal, John Harold Rogers, foi preso na sexta-feira sob a acusação de ter conspirado para roubar segredos comerciais dos Estados Unidos em favor da República Popular da China. Rogers actuou como consultor sénior na divisão de finanças internacionais do banco central americano de 2010 a 2021.
O procurador dos EUA Edward R. Martin, Jr. anunciou num comunicado a prisão de Rogers e a sua acusação:
“O presidente Trump encarregou-nos de proteger os nossos compatriotas americanos de todos os inimigos, estrangeiros e domésticos. Conforme alegado na acusação, este réu aproveitou a sua posição na Reserva Federal para passar informações financeiras confidenciais ao governo chinês, um adversário estrangeiro”.
David Sundberg, director-adjunto do FBI, acrescentou:
“O Partido Comunista Chinês expandiu a sua campanha de espionagem económica para visar as políticas financeiras e os segredos comerciais do governo dos EUA, num esforço para minar os EUA e tornar-se a única superpotência”.
A acusação afirma que durante seu mandato de 11 anos na Reserva Federal, Rogers – que possui um PhD em Economia – alavancou sua posição para aceder a informações e dados confidenciais que foram posteriormente compartilhados com os seus co-conspiradores chineses. De acordo com as alegações, de 2018 a 2021, Rogers trabalhou com agentes dos serviços secretos do governo chinês.
Além disso, o anúncio do Departamento de Justiça afirma que as informações compartilhadas com os chineses por Rogers podem permitir que o Partido Comunista Chinês manipule os mercados económicos dos EUA e se envolva em actividades semelhantes ao uso de informações privilegiadas. Consequentemente, pensa-se que os chineses poderão ter utilizado esta informação para ditar as suas decisões relativamente à compra e venda de obrigações e títulos dos EUA.
Sendo que a China é o primeiro detentor da dívida soberana americana e que a espionagem chinesa ganhou um ritmo galopante durante o regime Biden.
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