O senador Rand Paul (R-KY) criticou os planos do presidente Donald Trump para Gaza, acusando-o de se afastar da seu programa político ‘America first’.

Trump causou polémica na terça-feira ao declarar que os Estados Unidos vão assumir o controlo de Gaza. No mesmo dia em que se reuniu com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, Trump afirmou que os palestinianos “não têm alternativa” a deixar Gaza e propôs aquilo que parece ser um programa imobiliário à beira-mar na Gaza devastada pela guerra.

Paul disse num post na quarta-feira que não está de acordo com o plano de Trump. O senador do Kentucky respondeu ao Secretário de Estado Marco Rubio, que a propósito das declarações do Presidente norte-americano afirmou:

“Gaza TEM DE SER LIVRE do Hamas. Como [o presidente Trump] partilhou hoje, os Estados Unidos estão prontos para liderar e tornar Gaza bonita de novo. O nosso objectivo é a paz duradoura na região para todas as pessoas.”

Paul, um republicano de tendência libertária, argumentou que o futuro de Gaza diz respeito aos palestinianos e israelitas, não aos americanos.

“A busca da paz deve ser da responsabilidade dos israelitas e dos palestinianos. Pensei que tínhamos votado na ‘America primeiro’. Não temos que contemplar mais uma ocupação para condenar o nosso tesouro e derramar o sangue dos nossos soldados.”

 

 

O discurso de Trump sobre Gaza não é o único assunto a que Paul se tem oposto nas primeiras semanas da nova administração. Ele também tem sido um crítico das tarifas de Trump sobre o Canadá, a China e o México, classificando essa política económica como “desastrosa”, em declarações à Fox News:

“As tarifas, enquanto política económica, são um desastre para o consumidor. Quero dizer, com preços mais altos, mesmo que as tarifas sejam apenas sobre a China, o preço médio que o consumidor pagará é cerca de 1.000 dólares a mais.”

As tarifas sobre os bens mexicanos e canadianos já foram suspensas, por acordo entre as partes sobre a política de fronteiras a seguir pelos países em causa. A China retaliou entretanto com taxas sobre produtos americanos.

A intenção de Trump não será a de prolongar as sanções no tempo mas a de pressionar os governos estrangeiros a ceder em matérias que considera fundamentais par aos interesses americanos. E quanto ao plano de Gaza, de tão disparatado e complicado de implementar no terreno, pode também ser mais uma jogada política que outra coisa qualquer. A ver vamos.