Um artigo recentemente publicado num órgão de propaganda da extrema-esquerda americana defende que qualquer oposição ao facto de ser permitido aos homens competir contra mulheres nos Jogos Olímpicos, ou em qualquer outro evento desportivo, tem inspiração nazi.

Se me sinto enojado por ver um homem brutalizar uma mulher numa competição olímpica, sou discipulo de Adolf Hitler. Nem mais, nem menos.

 

É verdade que os Jogos Olímpicos de 1936, disputados na Alemanha nazi, marcaram um ponto de viragem, introduzindo a “vigilância de género” de forma a reduzir a zero a batota, que já na altura acontecia, de homens que se faziam passar por mulheres para acederem a títulos olímpicos, e não de transexuais, com disparatadamente afirma o artigo. E é com este fundamento que o apparatchik da Vox associa a ideologia nacional-socialista à repugnância que a maior parte das pessoas sente a vibrar no estômago quando, quase um século depois, a batota é sancionada pelo Comité Olímpico.

Até custa dizer isto, mas os nazis de 1936 estavam, neste estrito assunto, numa posição ética bem mais confortável do que aquela que é assumida pelas elites woke contemporâneas.

A publicação deste artigo seguiu-se à ‘vitória’ da pugilista argelina Imane Khelif sobre a italiana Angela Carini. Khelif não pôde participar no campeonato mundial de boxe de 2023 por não ter passado num teste genético de elegibilidade de género, que revelou níveis elevados de testosterona e a presença de cromossomas XY.

Khelif ”venceu’ Carini depois de esta última ter optado por desistir, dizendo que “nunca tinha levado um murro tão forte”.

A simples verdade moral desta questão é que Khelif não devia ter sido autorizado a competir contra Carini, independentemente de se identificar como mulher. As pessoas não são aquilo que desejam ser, mas aquilo que são, caso contrário bastaria ao estupor do pugilista argelino identificar-se como campeão olímpico e o caso estava arrumado, sem ser preciso recorrer à infâmia de bater em mulheres.

E desejar viver numa sociedade em que seja possível defender este ponto de vista sem ser rotulado de nazi, não é pedir muito, pois não? Na verdade, é exigir o mínimo dos mínimos.

Mas esta é a mesma ferramenta totalitária que os globalistas e os seus companheiros de armas da extrema-esquerda usam sempre: Quem não se ajoelha no altar woke, é fascista, racista, sexista, negacionista e uma pessoa horrível que deve ser excomungada e atirada para a Sibéria da exclusão social, pelo menos.

Este género soez de represálias são cada vez mais frequentes e não vão abrandar tão cedo. O crime de opinião, mesmo quando se trata da mais sensata das opiniões, como a de rejeitar a humilhação das atletas femininas por homens fracos e vis, reina supremo.

Nem é preciso dizer que ninguém é nazi por considerar que as competições desportivas femininas devem ser reservadas às mulheres. Ao contrário, aqueles que apoiam entusiasticamente a brutalização das mulheres para fins desportivos é que deveriam estar do lado difícil do escrutínio moral.

Para que a verdade prevaleça, as pessoas têm de se sentir livres para ignorar estas acusações e rejeitar o enquadramento neo-liberal, claramente luciferiano, dos acontecimentos actuais e dos eventos históricos. Afinal, que importância tem o julgamento de alguém que defende posições claramente imorais?

Sobra ainda uma questão lateral, mas talvez pertinente: Onde é que estão escondidos os movimentos feministas, os activistas do #metoo, os apparatchiks do Maio de 68 e os comissários dos Direitos Humanos, quando, em pleno ano de 2024, mulheres são chamadas a um ringue de boxe para serem violentadas perante a audiência global?

E por último: Porque é que nunca vemos mulheres biológicas, transexuais ou não, identificarem-se como homens junto das federações desportivas, para competir em modalidades masculinas?