Três agentes da autoridade estavam estacionados dentro do edifício onde um atirador disparou contra Donald Trump, num comício na Pensilvânia, no sábado. E tiraram-lhe fotografias, meia hora antes dos disparos.
Dois dias após a tentativa falhada de assassinato, o BeaverCountian.com noticiou que um agente confirmou que “havia três contra-atiradores” estacionados debaixo do mesmo tecto onde o agressor rebentou com parte da orelha direita do Presidente Trump. Os agentes notificaram o “centro de comando” sobre a ameaça antes de o atirador ter atingido mortalmente um manifestante e ferido outros três, incluindo o candidato presidencial republicano.
O site editorial enquadrou assim a notícia:
““Ao contrário do que foi noticiado nos meios de comunicação nacionais, os agentes dizem que o edifício situado fora do perímetro de segurança estabelecido pelos Serviços Secretos estava de facto ocupado por agentes da autoridade. Um agente da polícia do condado de Beaver avisou um centro de comando de que tinha visto um homem com um telémetro antes de o ex-presidente Donald Trump ter sido baleado no sábado. O agente também avisou que o homem estava a observar o telhado do edifício onde estava estacionado como contra-atirador, e que o homem voltou com uma mochila antes de subir para o telhado.”
De acordo com a CBS, as forças da ordem até lhe tiraram uma fotografia antes do tiroteio. E de acordo com a NBC e a Reuters, isto aconteceu 30 minutos antes dos disparos. 30 minutos. Como o Contra tem vindo a sublinhar, estes índices de incompetência não são plausíveis.
O director executivo do Federalist, Sean Davis, resumiu a situação no X:
“Quem deu a ordem para não se fazer nada até que o assassino alvejasse Trump, matasse um homem inocente naquele palco e disparasse tiro após tiro após tiro após tiro?”
Secret Service had snipers INSIDE the building the assassin used. They took pictures of him. They watched him pull out a range finder to get his exact distance to Trump. They radioed the Secret Service command post about the assassin.
They all knew he was there.
Who gave the… https://t.co/4Exs0xm3Y1
— Sean Davis (@seanmdav) July 16, 2024
Mas as falhas de segurança são ainda mais graves do que isto, se possível. De acordo com a NBC News, os Serviços Secretos foram informados da ameaça única que o edifício representava dias antes do comício na Pensilvânia. No entanto, o edifício não foi incluído no perímetro de segurança oficial. A NBC refere a este propósito:
“Nenhum agente foi colocado no edifício utilizado pelo presumível assassino, fora do perímetro de segurança do evento, mas apenas a cerca de 148 metros do palco – ao alcance de uma espingarda semi-automática como a que o atirador transportava.”
Os recursos da polícia local terão sido dedicados à segurança fora do perímetro dos Serviços Secretos. Como Susan Crabtree, do RealClearPolitics, publicou no X:
“O meu entendimento é que os agentes dentro do edifício eram da polícia local, o que levanta a questão de saber porque é que este edifício estava fora do perímetro oficial dos Serviços Secretos, que eles eram responsáveis por vigiar. As minhas fontes na comunidade dos Serviços Secretos dizem-me que a agência estava a depender demasiado da polícia local e até de ‘temporários+, e não de agentes/oficiais regulares destacados para a equipa de Trump, porque o destacamento regular estava sobrecarregado de trabalho. Disseram-me que nem sequer uma mão-cheia de agentes estavam regularmente afectos a Trump. O Agente Especial Encarregado Curran era um dos únicos (se não O ÚNICO) membros regulares do destacamento permanente de Trump.”
A directora dos Serviços Secretos, Kimberly Cheatle, disse que a equipa do ex-presidente não tinha pedido segurança extra, embora uma fonte não identificada tenha dito ao The Federalist que o destacamento de segurança de Trump tinha pedido mais protecção e recursos, mas o Departamento de Segurança Interna da administração Biden negou-os. Esta afirmação é corroborada por Dan Bongino, antigo agente dos Serviços Secretos.
Cheatle disse na segunda-feira, no entanto, que não iria demitir-se.
Seja como for, a identificação do atirador meia hora antes de perpetrar o acto criminoso coloca em definitivo de parte a hipótese da incompetência. Ninguém é assim incompetente.
Entretanto, Trump fez a sua primeira aparição pública desde o tiroteio na Convenção Nacional Republicana na segunda-feira à noite, horas depois de ter escolhido o Senador J.D. Vance do Ohio para a nomeação para vice-presidente. Com a orelha direita enfaixada, o ex-presidente entrou na arena da convenção em Milwaukee num ambiente apoteótico, com cânticos de “Fight! Fight! Fight!” ao som da canção ‘God Bless the USA’.
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