Da extrema-esquerda ao centro-direita liberal (ou no caso americano, aos neo-conservadores), há um uníssono quanto aos fundamentos da civilização dita ocidental, ou o que resta dela, a que chamamos geralmente globalismo: esta filosofia de poder oligárquico inclui a erradicação das fronteiras e das nacionalidades, a imigração massiva de africanos e asiáticos, sobretudo islâmicos, a forte presença orgânica, tributária e autoritária do estado nas sociedades e o seu desenvolvimento corporativo em parceria com as grandes entidades micro-económicas, os mandatos médicos e sanitários de cariz totalitário, a ideologia de género, a apologia da morte (aborto até ao parto, massificação da eutanásia até por motivos económicos, propagação do mito da superpopulação), o transhumanismo, a transformação da imprensa numa máquina de propaganda, as chamadas “forever wars” e o constante alarmismo climático, que justificam a tendencial limitação das liberdades dos indivíduos e a obliteração dos valores constitucionais que perfaziam o estado de direito.
Este movimento neo-fascista de massa crítica apreciável e devastadora inércia, mesmo quando comparado com outros fenómenos totalitários na história universal, encontra as suas raízes históricas em entidades pseudo-científicas, neo-marxistas e, não paradoxalmente, elitistas dos anos 60 e 70 como o Clube de Roma, algumas das principais universidades do Ocidente (Sorbonne, Ivy League, Oxford e Cambridge) e o Grupo Bildberg; a que se juntaram nos anos 80 e 90 os aparelhos burocráticos das Nações Unidas e da Comunidade Económica Europeia, e, no século XXI, uma rede imensa de sedes tecnocráticas, financeiras e administrativas, como o World Economic Forum, a Comissão Europeia, o governo federal norte-americano e os interesses que representa (com destaque para o complexo industrial militar e o lobby sionista), os bolcheviques de Silicon Valley, os retardados de Hollywood, os senhores do universo de Wall Street, o Banco Central Europeu, a Reserva Federal Americana, as famílias reais que sobrevivem na Europa, a generalidade das instituições académicas, os conselhos de administração das multinacionais e as salas de redacção da totalidade da imprensa mainstream.
O fenómeno, nas suas vertentes, históricas, políticas, económicas, sociais e militares é bem conhecido, está profusamente documentado e agride-nos material e imaterialmente numa base quotidiana. O que escapa a muita gente é o papel iniciático que teve em tudo isto um tal de Richard von Coudenhove-Kalergi (1894-1972).
O sonho de uma Nova Ordem Mundial começou em 1922.
De facto, um dos principais iniciadores do processo de “integração europeia” e avô do globalismo contemporâneo permanece ainda hoje num ecossistema que sempre lhe foi grato: o das sombras. A sua existência e o seu pensamento é desconhecido pelas massas, mas de referência fundamental para as elites deste nosso triste século.
Kalergi nasceu no Japão. O seu era um diplomata austríaco chamado Heinrich von Coudenhove-Kalergi (com ligações à família Bizantina dos Kallergis) e a sua mãe, Mitsu Aoyama, era japonesa. Graças ao contacto próximo com todos os oligarcas e políticos europeus, que resultava dos relacionamentos do seu pai aristocrata-diplomata, Kalergi conseguiu atrair as figuras de Estado mais importantes para o seu plano, tornando-os em apoiantes e colaboradores do “projecto para a integração europeia”, que foi desenvolvendo longe dos holofotes, e sem qualquer escrutínio público.
Em 1922, fundou o movimento “Pan-Europeu” em Viena, que tinha como propósito a criação da Nova Ordem Mundial, tendo como base uma federação de nações liderada pelos Estados Unidos. A integração europeia seria, na verdade, o primeiro passo para a criação do governo mundial. Entre os seus apoiantes iniciais contavam-se os políticos checos Tomáš Masaryk e Edvard Beneš e o banqueiro Max Warburg, que investiu os primeiros 60,000 Marcos no projecto. O Chanceler Ignaz Seipel e o presidente Karl Renner, que dominaram a vida política austríaca dessa época, assumiram a responsabilidade de liderar o movimento “Pan-Europeu”. Mais tarde, proeminentes políticos franceses como Léon Bloum e Aristide Briand (socialistas), e o italiano Alcide De Gasperi (democrata-cristão), contribuíram também para a causa.
Com a ascensão do fascismo na Europa, o projecto foi colocado de lado e o movimento “Pan-Europeu” foi forçado a dissolver-se; depois da Segunda Guerra Mundial, no entanto, e graças à frenética e incansável actividade e apoio de Winston Churchill, da Loja Maçónica Judaica B’nai B’rith e de jornais importante como o New York Times, o plano conseguiu ser aceite pelo governo dos Estados Unidos. Mais tarde, a CIA comprometeu-se a colaborar.
O Plano Kalergi: eugenia, miscegenação e elitismo de base sionista.
No seu livro “Praktischer Idealismus”, Kalergi indica que os residentes dos futuros “Estados Unidos da Europa” não serão os nativos do Velho Continente, mas um novo tipo de Sapiens, produto da miscigenação. O pseudo-profeta declara que os europeus terão por força que se cruzar com todas as raças do planeta, criando assim um rebanho multicultural, sem identidade nacional, nem histórica nem cultural, e assim mais facilmente controlável por parte da elite governante.
Kalergi proclama a abolição do direito de auto-determinação, e posteriormente a eliminação das nações, pela instrumentalização de movimentos separatistas étnicos e através da imigração em massa. Dividir para reinar, misturar para enfraquecer, de forma a que a Europa seja facilmente controlada pelas elites. Se esta estratégia soa familiar… Não é por acaso.
O homem do futuro seria assim produto de todas as raças do planeta que gradualmente desapareceriam devido à eliminação do espaço, do tempo e do preconceito. Semelhante em aparência com os antigos egípcios, esse super-homem iria substituir a diversidade étnica e cultural a nível global.
O mesmo projecto eugénico não seria porém aplicado às elites, que resultariam de uma mistura mais cuidada e esotérica entre judeus e aristocratas europeus, que Kalergi considerava as etnias mais evoluídas e “refinadas” ou a “nobreza espiritual da Europa”. Até do movimento sionista Kalergi parece ter sido fundador.
Quase anónimo, mas tentacular.
Como é fácil de constatar, e embora nenhum manual académico mencione Kalergi, as suas ideias são os princípios orientadores da União Europeia e do globalismo elitista contemporâneos e do seu subsector sionista. A crença de que os povos da Europa se devem cruzar com os Africanos e com os Asiáticos, destruindo a nossa identidade e gerando uma raça mestiça, é a base de todas as políticas comunitárias que têm como propósito proteger as minorias. Isto não é feito por motivos humanitários, como é óbvio (as elites odeiam tudo o que é humano, na verdade), mas resulta sim da vontade de poder.
O Prémio Europeu Coudenhove-Kalergi é conferido de dois em dois anos a europeus que se excederam na promoção do plano criminoso e totalitário deste profético e iniciático oligarca. Entre aqueles que o receberam encontram-se Angela Merkel e Herman Van Rompuy. Mas à excepção deste galardão, do seu nome ter sido atribuído a uma praça em Viena e de ter servido de referência para a construção do personagem Victor Laszlo, desempenhado por Paul Henreid em Casablanca, Kalergi permanece praticamente anónimo.
Ou quase. Porque entre os klaus schwabs e os durão barroso e as von der leyen e os macron dos nossos tristes tempos, permanece como herói lendário nos seus sonhos mais sinistros.
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