A Argentina vai divulgar ficheiros confidenciais sobre os fugitivos nazis e a ditadura militar que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. O Presidente Javier Milei ordenou a publicação destes documentos depois de se ter reunido com o senador americano Steve Daines. Esta iniciativa insere-se no âmbito de uma iniciativa global de transparência governamental.
O chefe de gabinete, Guillermo Francos, anunciou que a lei se aplica a todos os ficheiros relacionados com o nazismo nas agências estatais, incluindo auditorias financeiras outrora secretas, afirmando:
“Estes ficheiros dizem respeito a nazis que buscaram refúgio na Argentina e foram protegidos por muitos anos. São documentos históricos que devem ser acessíveis ao público.”
🚨⚡️BREAKING⚡️🚨Argentinian president Javier Milei has declassified documents CONFIRMING that Ad●lf H¡tler SURVIVED WW2, escaped to Argentina with the aid and assistance of the US and its “allies,” lived for another 20 years, and fathered two daughters.
— 1984 (@TheOfficial1984) March 31, 2025
A Argentina tornou-se um refúgio para cerca de 5.000 nazis após a guerra, incluindo os oficiais das Waffen SS Adolf Eichmann e Dr. Josef Mengele.
Entretanto, os rumores de que Hitler fugiu para a Argentina, ao contrário dos relatos soviéticos aceites pelos aliados de que se suicidou em Berlim em 1945, estão mais vivos do que nunca na Internet, e muitos interrogam-se se essa fuga não teve o aval dos serviços secretos norte-americanos, no contexto da Operação Paperclip, que levou mais de 1.600 cientistas, engenheiros e técnicos alemães da Alemanha nazi para os EUA, para trabalharem para o governo federal após o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, entre 1945 e 1959. Vários desses individuos eram antigos membros do Partido Nazi, incluindo as SS e as SA.
O historiador Abel Basti passou anos a delinear esta teoria em livros como Hitler na Argentina, argumentando que o ditador possivelmente fugiu pelo aeroporto Tempelhof de Berlim a caminho da América do Sul.
Relatórios do Federal Bureau of Investigation (FBI), divulgados pelos Arquivos Nacionais dos EUA através da série “Hunting Hitler”, descrevem também teorias de que Hitler teria fugido para a Argentina. Por outro lado, Investigadores americanos demonstraram em 2009 que o fragmento de crânio encontrado no bunker do fuhrer e atribuído a Hitler, secretamente preservado durante décadas pelos serviços secretos soviéticos, pertenceu a uma mulher com menos de 40 anos, cuja identidade é desconhecida. As análises de ADN efectuadas ao osso, actualmente na posse do Arquivo Estatal Russo em Moscovo, foram processadas no laboratório de genética da Universidade de Connecticut.
A iniciativa de Milei faz parte de uma política de desclassificação mais ampla, incluindo uma recente divulgação dos EUA relacionada com o assassinato do Presidente John F. Kennedy.
Os registos do período do regime militar argentino, de 1976 a 1983, também serão desclassificados no âmbito da divulgação destes documentos.
Relacionados
25 Out 25
Alexis de Tocqueville e a América como anti-civilização.
O professor Jiang Xueqin recorre a Tocqueville para explicar bem explicado o drama da América: uma federação condenada pelos dados viciados do jogo com o qual pretendeu substituir a velha ideia de civilização.
4 Out 25
Operação Northwoods, 1962: a falsa bandeira do Pentágono para provocar a III Guerra Mundial.
Em 1962, o Estado-Maior Conjunto dos EUA propôs a realização de actos de terrorismo em solo americano, contra os seus próprios cidadãos, de forma a criar condições psicossociais para a invasão de Cuba. O plano foi rejeitado pelo presidente Kennedy.
12 Set 25
Sobre o destino do Ocidente: será a revolução inevitável?
Decorrente de uma autofágica narrativa de oito décadas, o Ocidente contemporâneo está à beira de um ataque de nervos. Mas será a revolução inevitável? O jornalista Christopher Caldwell tem algumas consistentes e informadas ideias sobre o assunto.
6 Set 25
O Incidente Tonkin: A guerra do Vietname começou com uma falsa bandeira.
Documentos e gravações confidenciais, combinados com dados até agora desconhecidos, deixam claro que altos funcionários do governo norte-americano distorceram os factos e enganaram o público sobre os eventos que levaram ao envolvimento total dos EUA na Guerra do Vietname.
16 Ago 25
É lamentável, mas o que sabemos sobre José Estaline deriva de um esforço de propaganda.
Da mesma forma que o regime soviético propagou a imagem de Estaline como um líder semi-divino, o regime liberal do Ocidente fabricou também uma narrativa conveniente sobre o seu inimigo número um. A verdade porém, estará distante de ambos os vectores de propaganda.
7 Ago 25
Esmirna: Mártir, Perseguida e Fiel até ao fim.
Ainda na senda do cristianismo primordial na Ásia Menor, João Nuno Pinto visita Esmirna, a joia do paganismo que se fez fiel à palavra de Cristo e, pelo martírio, projectou a ideia de um Deus que ama todos da mesma forma.








