Um correspondente da Reuters publicou no Independent aquele que será talvez o artigo mais bizarro de sempre, alertando para o facto de as alterações climáticas estarem a ter um impacto negativo nos rendimentos dos trabalhadores sexuais transgénero indonésios.

Sim, é verdade. O autor, Leo Galuh, queixa-se de que “cerca de 93% dos inquiridos viram o seu rendimento diminuir durante a estação das chuvas”, explicando que “as mulheres trans estão entre as mais afectadas por condições meteorológicas extremas ligadas às alterações climáticas, além de sofrerem desproporcionadamente quando ocorrem catástrofes”.

Bom Deus, quem é que vai salvar as pobres trabalhadoras transexuais indonésias? Esta peça é de relevância transcendente e Galuh alerta o mundo para o drama existencial:

“A Indonésia é particularmente vulnerável aos efeitos das alterações climáticas, e as mulheres trans, que tendem a enfrentar mais estigma e marginalização do que os homens trans ou outros indonésios LGBTQ+, estão também entre os mais afectadas pelas condições meteorológicas extremas.”

E por que é que assim é? Bem, porque elas “estão excluídas da economia formal” e não têm outra opção senão tornarem-se prostitutas. É verdade. E a culpa é dos muçulmanos, no país que por acaso até é o de maior população muçulmana no mundo.

“Apesar de as comunidades fluidas de género serem historicamente aceites na Indonésia, uma onda crescente de islamismo conservador no maior país de maioria muçulmana do mundo tem alimentado a perseguição anti-LGBTQ+”.

Não deixa de ser curioso que o fanatismo woke do correspondente da Reuters tenha até superado o cuidado em não ofender o Islão, mas voltemos ao tresloucado texto:

“Os indivíduos LGBTQ+ são por vezes culpados por problemas relacionados com as alterações climáticas, de acordo com Arif Budi Darmawan, investigador da Iniciativa para o Desenvolvimento da Resiliência, sediada em Bandung. Aqueles que estão fora da categoria binária são frequentemente rotulados como ‘desviantes’, e associados às causas dos problemas ambientais e das catástrofes, disse Darmawan, que investigou a forma como as alterações climáticas afectam os indonésios trans”.

O artigo queixa-se então de que, embora o governo indonésio tenha um plano para gerir os impactos das alterações climáticas, as pessoas trans não são tidas em conta nesse esforço terratransformador. Imaginem só. Que injustiça histórica! Que danação bíblica!

O artigo acaba com a informação de que as trabalhadoras sexuais trans estão a organizar as suas próprias noites de cinema e que uma delas passou a fazer bolos para ganhar a vida, actividade que não é tão afectada pelas alterações climáticas.

Graças a Deus por isso.

Este texto está – é preciso dizê-lo? – perfeitamente enquadrado no extremismo progressista dos dias que correm, que mistura as fraudes da agenda globalista umas com as outras, de forma a que ganhem a consistência que não têm. O regime Biden, por exemplo, classifica as pessoas os que se opõem à pornografia LGBT nas escolas como negacionistas da ciência e os cristão ortodoxos como nazis. Trudeau quer estudar o declínio das democracias à luz das alterações climáticas e travar as lutas da ideologia de género nos campos de minas da Ucrânia. Macron acusou os franceses que não se vacinaram de traição à República e assim sucessivamente no interseccionismo ensandecido das elites contemporâneas.

Seja como for, sai um Pulitzer para Leo Galuh!