Como acontece com qualquer regime totalitário, o conceito de jornalismo da União Europeia é o da propagação, sem discussão nem reticências, das narrativas convenientes à sua agenda. E quando alguém manifesta dissidência sobre esse pressuposto, terá que ser “sancionado”.

Neste contexto, os globalistas totalitários da União Europeia (UE) estão a ameaçar sancionar o jornalista norte-americano Tucker Carlson por ter entrevistado Vladimir Putin, que é um crime capital de lesa-regime, inaceitável na tirania com sede em Bruxelas.

Guy Verhofstadt, um membro sénior do Parlamento Europeu, Presidente do Movimento Europeu, uma organização internacional não governamental que visa promover a construção da Europa segundo um modelo federal (Deus nos livre), e antigo Primeiro-Ministro da Bélgica, denunciou Carlson como “porta-voz de Putin” e “um inimigo de tudo o que os EUA representam”.

Leia-se: um inimigo de tudo o que os regimes Biden e von der Leyen representam.

Verhofstadt disse à Newsweek que o jornalista conservador poderia ser sujeito a uma proibição de viajar, explicando:

“Como Putin é um criminoso de guerra e a UE sanciona todos os que o ajudam nesse esforço, parece lógico que o Serviço de Acção Externa examine também o seu caso”.

Urmas Paet, eurodeputado e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, concordou:

“Carlson quer dar uma plataforma a alguém acusado de crimes de genocídio – isto é errado. Se Putin tem algo a dizer, ele precisa dizê-lo perante o Tribunal Penal Internacional. Ao mesmo tempo, Carlson não está a ser um verdadeiro jornalista, uma vez que expressou claramente a sua simpatia pelo regime russo e por Putin e tem constantemente menosprezado a Ucrânia, vítima da agressão russa”.

Nenhum dos políticos europeus pode ter visto o conteúdo da entrevista de Carlson a Putin, uma vez que esta ainda não foi emitida. Tucker insiste que, como jornalista, é sua função garantir entrevistas com figuras significativas que moldam os acontecimentos mundiais e que a sua equipa de produção procurou concretizar também uma entrevista ao líder ucraniano Volodymyr Zelensky, mas não recebeu resposta.

Os argumentos dos apparatchiks da UE são de qualquer forma abstrusos: Se Putin é um intocável por ter cometido crimes de guerra e genocídio, também serão criminosos intocáveis e genocidas Benjamin Netanyahu (o exterminador implacável), Barak Obama (o bombardeiro de casamentos), George W. Bush (o descobridor das armas de destruição maciça que não eram), Bill Clinton (o serial killer dos Balcãs), Tony Blair (o criadito do Pentágono), Boris Johnson (o destruidor da paz), etc., etc. e etc., que esta lista de assassinos à escala industrial, todos ou quase todos queridos das elites do comissariado europeu, não tem realmente um fim.

A referência a que Putin deve ir ao Tribunal Penal Internacional dizer seja o que for que tenha para dizer (presume-se: em sua defesa) é de um cinismo monumental e recordista, já que, como toda a gente sabe, este órgão judiciário, completamente comprometido com os poderes instituídos no Ocidente, emitiu em Março de 2023 um mandato de prisão contra o Presidente Russo.

O argumento de que Tucker Carlson não está a ser um “verdadeiro jornalista” porque expressa opiniões, também é de gargalhada. Se esse critério fosse adoptado a toda a gente que trabalha na imprensa corporativa, ficaríamos rapidamente sem jornalistas. Não que se perdesse nada, mas é preciso ter não ter vergonha nenhuma na cara para proferir uma afirmação destas.

E isto já para não falar de fundamentos lógicos que assentam em pressupostos falsos e aberrantes relacionados com a “agressão russa”. A guerra na Ucrânia resulta de décadas de agressão da NATO aos legítimos interesses geo-estratégicos de uma potência mundial. Mas nem vale a pena ir por aí. Este texto não tem a ambição de desmontar esses fraudulentos axiomas.

A nota final refere-se às ditas “sanções” a que Tucker deve ser sujeito e que são tão risíveis como os argumentos que as justificam. Se o homem, no seu regresso aos EUA, não puder viajar pela Europa, viajará seguindo outro roteiro. Deve ser para o lado que dorme melhor.

O que fica por saber é como é que será recebido quando chegar aos EUA, já que há muita gente na América que defende o fecho das fronteiras ao jornalista com maiores audiências da história da humanidade.

Entretanto, parece que Tucker é agora um alvo a abater pelo regime Zelensky, que é tão amado por Bruxelas: